Presidente de Honduras revoga tratado de extradição e enfrenta crise política
No último dia 28 de agosto, a presidente de Honduras, esposa do ex-presidente Manuel Zelaya deposto em 2009, anunciou a revogação do tratado de extradição vigente desde 1912, mas aplicado desde 2014. A justificativa de Castro foi a possibilidade de que o acordo fosse utilizado para preparar um novo golpe de Estado no país.
No entanto, a oposição contesta a decisão da presidente, alegando que a medida foi tomada para proteger membros de seu governo e familiares. Uma manifestação ocorreu em Tegucigalpa, onde milhares de pessoas protestaram contra a revogação do tratado.
A repercussão da decisão foi imediata: um cunhado e um sobrinho da presidente renunciaram aos cargos. O secretário do Congresso, Carlos Zelaya, admitiu ter se reunido com narcotraficantes em 2013, conforme vazado por um vídeo. Além disso, seu filho, José Manuel Zelaya, ministro da Defesa, também deixou o cargo.
Durante o evento em que justificou a revogação, Castro afirmou que não permitirá um novo golpe de Estado em Honduras. “Estão se unindo para dar um golpe na presidente […]. Existem grandes forças, como empresários, que são contra o povo ter benefícios”, declarou uma manifestante presente no ato.
O tratado de extradição foi responsável pela entrega de vários importantes narcotraficantes à Justiça, incluindo o ex-presidente Juan Orlando Hernández, condenado a 45 anos de prisão por tráfico de drogas e armas em Nova York. A decisão de revogar o tratado gerou intensa controvérsia e instabilidade política no país centro-americano.