Banco Central sinaliza novo ciclo de alta da Selic: investidores devem manter cautela e ajustar estratégias de investimento

O mercado financeiro enfrenta um novo cenário de desafios com a possível alta da taxa Selic, sinalizada pelo Banco Central. Assim como um navegador em alto-mar que se depara com uma tempestade no horizonte, o investidor precisa decidir entre acelerar e arriscar ou reduzir a velocidade e navegar com cautela até a calmaria.

Nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), espera-se um ciclo de alta dos juros, que pode chegar a um aumento de 0,75% a 1,5% na taxa Selic, elevando-a para uma faixa entre 11,25% e 12% ao ano. Neste momento, a expectativa é de um acréscimo de 0,25% já nesta quarta-feira, quando o Copom se reunirá.

Os ciclos de alta da Selic historicamente impactam diversas classes de ativos, como ações, fundos multimercados e títulos. Empresas listadas na Bolsa sofrem com maiores despesas financeiras e custo de capital elevado, o que pode reduzir o apetite dos investidores por ações. Por outro lado, ativos de renda fixa se tornam mais atraentes com retornos superiores e menor risco.

No mercado de ações, a relação entre a evolução da Selic e o retorno do Ibovespa em relação ao CDI mostra que, em períodos de queda da Selic, o índice tende a subir, beneficiado por crédito mais barato e maior disposição ao risco. Porém, em momentos de alta da taxa de juros, o mercado de ações é afetado negativamente.

Diante desse contexto, a recomendação é manter a cautela e não elevar o risco da carteira de investimentos. Ativos pós-fixados atrelados ao CDI são opções adequadas para novos aportes ou reservas de curto prazo, enquanto títulos referenciados ao IPCA ainda são uma forma de proteção contra a inflação e ganho de juro real.

No cenário cambial, a valorização do real em relação ao dólar pode ocorrer com a alta da Selic, tornando o Brasil mais atraente para investidores estrangeiros em busca de retornos seguros em renda fixa.

Assim, assim como um navegador experiente ajusta suas velas para enfrentar uma tempestade, o investidor deve adaptar sua estratégia e aguardar por condições mais favoráveis antes de assumir maiores riscos em seus investimentos.

Michael Viriato, assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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