Produção industrial de São Paulo recua 1,8% em julho, impactando resultado nacional abaixo da médiaesperada.
Além de São Paulo, os estados do Pará (-3,8%) e Bahia (-2,3%) também apresentaram diminuição na produção industrial. Segundo o analista do IBGE, Bernardo Almeida, a indústria farmacêutica teve impacto negativo no resultado da produção em São Paulo, interrompendo três meses consecutivos de taxas positivas.
Apesar desse recuo, no acumulado do ano São Paulo apresenta uma expansão de 4,7% e nos últimos 12 meses um crescimento de 2,5%, estando 2,2% acima do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020. O Pará e a Bahia, no entanto, foram afetados por reduções nos setores de minerais não metálicos, produtos químicos e celulose, respectivamente.
Em contrapartida, estados como Amazonas, Espírito Santo, Paraná e Pernambuco registraram maiores altas na produção industrial entre junho e julho. O analista Bernardo Almeida ressaltou que o desempenho da indústria nacional não pode ser totalmente associado aos resultados das 15 regiões pesquisadas, já que essas representam apenas uma parte da produção total do país.
O cenário econômico desfavorável, com a taxa básica de juros em 10,5%, também contribuiu para a queda na produção industrial. Os juros altos impactam negativamente a renda disponível e o consumo das famílias, além de desestimular os investimentos na produção. Apesar de um crescimento no ritmo de produção, a indústria ainda caminha moderadamente devido a essas condições macroeconômicas.
No geral, a indústria brasileira acumula uma expansão de 3,2% até julho de 2024 e tem um resultado positivo de 2,2% nos últimos 12 meses. A análise dos dados indica um cenário de oscilação no comportamento da indústria nos últimos meses, com influência de fatores econômicos e de mercado.