Promessas de influencer político em Angola contrastam com realidade de projeto filantrópico em Angolano; polêmica envolve doações e transparência.

Um cenário de esperança, misturado com desafios. Assim pode ser descrito o projeto de Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, que visitamos recentemente em Camizungo, uma comunidade rural em Angola, a 50 km de Luanda.

No documentário divulgado em seu canal do YouTube, Marçal aparece como o protagonista de um projeto criado pela ONG brasileira Atos, que tem como objetivo transformar a realidade dessa comunidade. A iniciativa já trouxe melhorias significativas, como a construção de uma escola, um posto de saúde, um refeitório, uma horta e centros de capacitação.

No entanto, a realidade nem sempre condiz com a narrativa heroica apresentada por Marçal. Mais de 300 famílias ainda vivem em condições precárias, em barracos de lata que chegam a 50°C durante o dia. Além disso, nem todas as casas prometidas foram entregues, resultando em conflitos por terra.

Apesar das imperfeições, para aqueles que já foram beneficiados, como os idosos Morais Yaconda e Margarida João Lopez, Marçal é visto como um salvador. Porém, outros moradores ainda desconfiam e protestam sobre o uso das terras e a falta de transparência em relação aos recursos arrecadados.

O projeto também enfrenta desafios na questão da infraestrutura, como o fornecimento precário de energia elétrica e água. Embora tenha sido mencionado que a energia foi doada por Marçal, na realidade, a iluminação é instável e insuficiente.

O processo de realocação e construção das casas tem se mostrado mais lento do que o esperado, com prazos variáveis devido à demora na chegada dos recursos e à construção feita pelos próprios moradores.

No meio de todas essas questões, a transparência e a prestação de contas se tornam ainda mais importantes. O pastor bolsonarista Silas Malafaia levantou preocupações sobre a aplicação dos recursos e a suposta manipulação exercida por Marçal em relação às doações.

Em meio a essas polêmicas, o projeto em Camizungo continua seu caminho, buscando superar os desafios e cumprir suas promessas de transformação e desenvolvimento para a comunidade.

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