A Vida de Wilson Roque da Costa: Uma Viagem de Trem

A história de Wilson Roque da Costa poderia ser comparada a uma viagem de trem, na qual os momentos se desdobram como a paisagem que passa pela janela. Filho caçula de um português marceneiro da antiga Estrada de Ferro Sorocabana e de uma brasileira descendente de italianos, Wilson nasceu em Santos, mas mudou-se para Sorocaba ainda criança, seguindo os passos de seu pai.

Com formação em contabilidade, Wilson ingressou na ferrovia em 1963 como escriturário, uma posição que o levaria a trilhar diversos caminhos ao longo de sua vida. Por um período, trabalhou na Polícia Técnica Civil e na biblioteca de um colégio local, até que, aos 45 anos, conquistou seu diploma em direito e retornou à ferrovia, desta vez como advogado, permanecendo até sua aposentadoria.

Além de seu trabalho na ferrovia, Wilson era um amante do Palmeiras, da leitura e do café, colecionando mais de 400 embalagens do produto. Seu lado analógico o fazia guardar fotografias impressas e passar horas datilografando em sua Remington em casa. Participante ativo da Acaps, foi voluntário como advogado na associação de aposentados e pensionistas da Sorocabana.

Após a perda de sua esposa, Wilson decidiu aprender italiano para se comunicar com os parentes dela em Baselice, na Itália, viagem que realizou em 2018 e que o levou ao Vaticano, onde teve um encontro inesquecível com o Papa Francisco. Em uma atitude discreta, entregou um bilhete ao pontífice solicitando orações pelo familiar doente de um conhecido.

Sua fé católica o acompanhou até seus últimos momentos, quando faleceu em agosto, aos 89 anos, deixando um legado para suas filhas, genros, netos e bisnetos. Uma vida marcada por viagens, descobertas e devoção que, como os trilhos de um trem, guiaram Wilson Roque da Costa por caminhos inesquecíveis.

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