O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), em pronunciamento na terça-feira (10), destacou a necessidade de investimentos e melhorias na infraestrutura hidroviária do estado do Pará. O parlamentar lamentou a falta de avanços na hidrovia Araguaia-Tocantins, principalmente no trecho entre Marabá e a Hidrelétrica de Tucuruí, uma obra que, na sua opinião, enfrenta obstáculos políticos e burocráticos há décadas.
Zequinha criticou o pedido recente do Ministério Público Federal para cancelar a licença ambiental concedida pelo Ibama para a derrocagem do Pedral do Lourenço. Segundo o parlamentar, essa obra é essencial para garantir a navegabilidade ao longo de toda a hidrovia. O projeto visa remover as pedras que atualmente impedem a navegação no rio Tocantins durante o ano todo. O senador expressou preocupação com o pedido do Ministério Público e questionou a postura do órgão diante do desenvolvimento do país.
Em seu discurso, Zequinha ressaltou que a licença para o derrocamento do Pedral do Lourenço foi obtida em 2022, após superação de entraves, principalmente de natureza ambiental. Ele destacou a importância estratégica da obra para a hidrovia, que compreende quatro bacias hidrográficas e conta com apenas 1.500 km navegáveis. Com a execução do projeto, esse trecho poderia praticamente dobrar, integrando a hidrovia Araguaia-Tocantins à do rio Amazonas.
O senador também mencionou dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) que revelam o potencial de navegação dos rios no Brasil, apontando a subutilização desse recurso para o transporte de cargas e passageiros. Além disso, abordou questões relacionadas ao saneamento básico no Pará, como altos custos de energia e combustíveis, problemas nas rodovias e a escassez de tratamento de esgoto, evidenciando a crise de lixo nos oceanos.
— País nenhum se desenvolve, país nenhum muda a condição de vida do seu povo sem investimento em infraestrutura. Isso é fundamental. E se enxerga a Amazônia para tudo, para reclamar de tudo, para criminalizar tudo, para se fazer tudo de negativo. Mas não se enxerga a Amazônia para fazer os investimentos que se precisam, fazer para se corrigir tudo isso aqui e dar um mínimo de condição de competitividade, em relação aos outros estados, para os estados que ali estão.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)