Hotel Paris: icônico edifício do Centro do Rio aguarda há 14 anos a tão esperada revitalização prometida pela prefeitura.

O antigo Hotel Paris, localizado em frente à Praça Tiradentes, no coração do Centro do Rio, é um dos prédios mais emblemáticos e controversos da cidade maravilhosa. Construído em 1902 em estilo neoclássico, o edifício foi o pioneiro em oferecer cinco estrelas de luxo para a elite carioca. No entanto, a história do hotel tomou um rumo sombrio a partir de 1945, quando se tornou um dos principais pontos de prostituição da região.

Com o passar dos anos, o Hotel Paris ganhou uma reputação negativa entre os moradores locais, permanecendo como um bordel até o ano de 2010. Foi nesse momento que a Secretaria Municipal de Urbanismo anunciou um projeto ambicioso para revitalizar o prédio, que havia sido adquirido pela rede Dussol, conhecida por ser proprietária do luxuoso La Suite, localizado no bairro do Joá. A proposta visava transformar o antigo hotel em um estabelecimento de alto padrão, com diárias que chegariam a R$ 1000,00, em contraste com os R$ 15,00 que eram cobrados por 30 minutos nos tempos de bordéis.

O projeto de revitalização, que incluía uma reforma total do prédio e uma modernização completa, tinha um investimento estimado em R$ 10 milhões. A proposta era preservar a fachada neoclássica, enquanto o interior seria totalmente reformulado, oferecendo 21 suítes de tamanhos variados, de 16 a 30 metros quadrados. O térreo, onde antes funcionava uma loja de colchões, seria convertido em lobby do hotel e restaurante, enquanto a cobertura abrigaria uma piscina e um sky lounge.

Apesar das promessas e do entusiasmo inicial, passaram-se 14 anos e o Hotel Paris continua abandonado. Nenhuma intervenção foi feita no prédio e as lojas no térreo permanecem fechadas desde 2014, deixando o edifício ainda mais desolado em uma das áreas mais movimentadas do Centro do Rio. Localizada na esquina da Avenida Passos, em frente ao Teatro João Caetano, em meio a grandes reformas, e a poucos passos do Real Gabinete Português de Leitura, a construção se mantém como uma lembrança do passado decadente da região.

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