Aumenta o número de internações por lesões autoprovocadas no SUS em 2023, destacando vulnerabilidade de jovens e necessidade de capacitação médica.

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento preocupante no número de internações por lesões autoprovocadas ao longo de 2023. Foram contabilizados 11.502 casos, representando um aumento de mais de 25% em relação a 2014, quando foram registrados 9.173 casos. Os dados alarmantes foram divulgados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Segundo a entidade, os médicos de emergência foram os primeiros a prestar atendimento aos pacientes nessas circunstâncias delicadas. O aumento nas internações por tentativas de suicídio e autolesões reforça a importância de capacitar esses profissionais para lidar com esses casos com rapidez e eficiência, oferecendo um acolhimento adequado em momentos de grande fragilidade emocional.

A análise dos dados revela variações nos estados brasileiros, com alguns apresentando crescimentos alarmantes. Em Alagoas, por exemplo, houve um aumento de 89% nas internações de 2022 para 2023. Já a Paraíba e o Rio de Janeiro também chamaram a atenção, com aumentos de 71% e 43%, respectivamente. Em contrapartida, estados como São Paulo e Minas Gerais, apesar de registrarem números absolutos elevados, tiveram aumentos percentuais menores.

A entidade destaca ainda a preocupante tendência de aumento das internações por lesões autoprovocadas na Região Sul. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram crescimentos significativos de 2022 para 2023.

O perfil dos pacientes internados por essas lesões revela uma diferença significativa entre os sexos, com um aumento no número de internações de mulheres e uma diminuição entre os homens. O grupo mais afetado em 2023 foi o de 20 a 29 anos, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos.

Diante desse cenário alarmante, a Abramede ressalta a importância de uma abordagem técnica aliada à identificação de sinais de vulnerabilidade emocional para oferecer um suporte integrado aos pacientes. A resposta rápida e humanizada pode fazer a diferença no prognóstico desses casos e contribuir para a prevenção de novos episódios.

No âmbito global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a necessidade de reduzir o estigma e promover o diálogo aberto sobre o tema do suicídio. A meta é reduzir a taxa global de suicídio em pelo menos um terço até 2030, destacando a complexidade dos desafios que levam uma pessoa a tirar a própria vida e sua relação com diversos fatores sociais, econômicos e psicológicos.

Sair da versão mobile