Essa decisão causou revolta entre os deputados favoráveis à anistia, que esperavam que o projeto fosse aprovado naquela data. A estratégia era incluir o PL como extrapauta, mas não foi possível obter o voto da maioria absoluta dos membros da comissão para isso.
A presidente da CCJ, Caroline de Toni, expressou sua insatisfação com a situação, afirmando que a anistia estava sendo utilizada para barganhas políticas. Por sua vez, o relator da matéria, deputado Rodrigo Valadares (União/SE), lamentou a manobra do governo e da oposição para obstruir a votação.
Deputados favoráveis ao projeto da anistia condicionaram seu apoio a qualquer candidato à Presidência da Câmara em 2025 ao compromisso com a aprovação do PL. O texto do projeto argumenta que as condenações são injustas e que não houve uma real tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro.
Diante do adiamento da votação do projeto de anistia, a CCJ passou a discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8, que limita as decisões monocráticas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa PEC faz parte de um pacote de quatro projetos que visam limitar a atuação do STF e têm avançado na Câmara nas últimas semanas.
A discussão da PEC 8 deve ser encerrada em uma próxima sessão, conforme acordo entre governo e oposição. A votação do projeto ficará para outro momento, enquanto a polêmica em torno da anistia aos envolvidos nos atos golpistas do início de 2023 continua dando o que falar nos bastidores políticos.