Lideranças tupinambás celebram reencontro do Manto Sagrado em cerimônia emocionante na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro

Encontro histórico entre os índios tupinambás e o Manto Sagrado

No dia 9 de setembro, representantes dos índios tupinambás da cidade de Olivença, na Bahia, chegaram ao Rio de Janeiro para reencontrar o Manto Sagrado de seu povo, que estava sob posse da Dinamarca desde o século XVII.

O emocionante encontro aconteceu no Instituto Cultural Unicirco, localizado na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte carioca, ao lado do Museu Nacional. Participaram lideranças indígenas e diversas autoridades brasileiras e dinamarquesas.

No dia 12 de setembro, está prevista uma cerimônia oficial de entrega do Manto Sagrado, e os indígenas expressaram grande emoção ao reencontrar a peça. Durante uma coletiva de imprensa, a cacica Maria Valdelice afirmou: “Ele trouxe a força ancestral”.

O Ministério dos Povos Indígenas comunicou que todo o evento está sendo organizado em diálogo constante com o povo indígena para garantir a importância e respeito ao artefato.

O Manto Sagrado, confeccionado com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural, tem 1,80 metros de comprimento e é considerado um símbolo espiritual da cultura indígena, conectando diretamente os indivíduos com os ancestrais e práticas religiosas e culturais do passado.

O Brasil não possuía peça semelhante datada dessa época, e ainda existem 11 exemplares dos mantos tupinambás em museus europeus. Segundo relatos, os mantos eram adquiridos pelos povos invasores por meio de trocas, roubos ou furtos.

O cacique Sussuarana enfatizou na coletiva de imprensa: “O manto é muito maior que a gente. Ele foi roubado pelos governos europeus. A doação do museu da Dinamarca não foi um favor”.

A cerimônia do dia 12 contará com a presença ilustre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e diversas outras autoridades dos governos federal, estadual e municipal.

Sair da versão mobile