Protestos em toda a França contra nomeação de Barnier como primeiro-ministro dividem opiniões e ameaçam estabilidade política.

Protestos na França contra nomeação de Michel Barnier como primeiro-ministro

No último sábado (7), milhares de franceses saíram às ruas em todo o país para protestar contra a decisão do presidente Emmanuel Macron de nomear o centro-direita Michel Barnier, de 73 anos, como primeiro-ministro. A nomeação de Barnier, conservador e ex-negociador do Brexit da União Europeia, gerou controvérsias em um cenário político já dividido.

Em meio a acusações de roubo das eleições legislativas, os partidos de esquerda expressaram seu descontentamento com a escolha de Macron. O partido de extrema-esquerda LFI (França Insubmissa) acusou o presidente de negar a democracia ao não escolher o candidato da aliança NFP (Nova Frente Popular), que obteve a maioria dos votos em julho.

O novo primeiro-ministro, Barnier, terá o desafio de implementar reformas e lidar com o orçamento de 2025, em meio à pressão da Comissão Europeia e dos mercados financeiros para reduzir o déficit francês. Com um parlamento dividido em três blocos, a formação de um governo está sendo vista como um processo complexo e cercado de incertezas.

Diante da polêmica, líderes de partidos de esquerda, sindicatos e entidades estudantis convocaram protestos em massa em várias cidades do país. O partido LFI anunciou 130 manifestações em todo o território francês, enquanto novas ações, incluindo possíveis greves, estão previstas para 1º de outubro. A nomeação de Barnier despertou reações diversas, com o partido de extrema-direita RN (Reunião Nacional) demonstrando apoio condicional ao novo primeiro-ministro.

Em entrevista à imprensa, Jordan Bardella, líder do partido RN, destacou a importância de sua sigla no atual cenário político: “Ele é um primeiro-ministro sob vigilância. Nada pode ser feito sem nós”, afirmou Bardella, referindo-se ao papel decisivo que seu partido poderá desempenhar nas próximas votações no parlamento.

Os desdobramentos políticos na França continuam sendo acompanhados de perto pela população e pelos observadores internacionais, em meio a um cenário de incertezas e novos desafios para o governo recém-formado.

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