Os Fantasmas Ainda se Divertem: Tim Burton ressuscita clássico oitentista com elenco nostálgico e roteiro inflacionado






Artigo: Os Fantasmas Ainda se Divertem – Uma Continuação Nostálgica

Com a voracidade das sequências de legado em Hollywood, era inevitável chegar a outro produto do imaginário popular oitentista como “Os Fantasmas se Divertem”, lançado em 1988. O longa-metragem foi um marco na carreira inicial de Tim Burton, que teve um desafio de baixo orçamento para provar seu talento à Warner. Agora, mais de três décadas depois, temos “Os Fantasmas Ainda se Divertem”, uma continuação que desperta a nostalgia em um público ávido por rememorações.

O filme atual serviu como uma oportunidade para Burton revisitar um clássico de sua filmografia e trazer de volta Catherine O’Hara, Winona Ryder e Michael Keaton, que fazem parte do elenco original. Mesmo com a grife de ser um filme de Burton, o diretor enfrentou desafios nos últimos anos, admitindo uma crise criativa após “Dumbo” em 2019.

O roteiro de Alfred Gough e Miles Millar explora diversas situações, transformando o filme em uma trama repleta de subnúcleos que se assemelham a uma série de TV. Com a estrutura multipartida, o longa engrena diversas tramas que são resolvidas no clímax, mostrando a influência dos roteiristas que criaram “Wandinha”, sucesso na Netflix em 2022.

Jenna Ortega, conhecida por seu papel em “Wandinha”, interpreta Astrid, uma personagem que representa uma geração feminina mais questionadora e autônoma. Ela se une a Winona Ryder e Catherine O’Hara, formando um trio familiar que se vê envolvido com o retorno do icônico Beetlejuice, interpretado por um Michael Keaton em sua melhor forma.

A essência caótica e divertida de Beetlejuice ganha vida com os estímulos visuais de Burton, enquanto novos personagens, como a noiva-cadáver de Monica Belucci e o investigador interpretado por Willem Dafoe, adicionam camadas interessantes à trama, mesmo que sejam explorados de forma superficial.

“Os Fantasmas Ainda se Divertem” tenta se desvencilhar das memórias afetivas, mas acaba mergulhando em uma narrativa dispersa, cativando o público principalmente pelo visual marcante criado com efeitos digitais e animatrônicos charmosos.


Sair da versão mobile