Novo acordo para reparação de danos em Mariana será assinado em outubro, afirma presidente Lula em entrevista no Triângulo Mineiro.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que um novo acordo para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), será assinado em outubro. Esse desastre, que ocorreu em 2015, resultou na morte de 19 pessoas e em significativos danos ambientais na região da Bacia do Rio Doce, afetando os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A empresa responsável pelo ocorrido, controlada pela Vale e pela BHP Billinton, vinha protelando o cumprimento de compromissos anteriores e decisões judiciais, mas agora será obrigada a acatar as medidas de reparação.

Desde a tragédia, que completou mais de oito anos, foram diversas tentativas de acordo para a reparação dos danos causados, sem sucesso. Agora, a expectativa é que o novo acordo finalmente seja efetivado, trazendo alívio para as comunidades afetadas e a possibilidade de recuperação do que foi destruído.

O rompimento da barragem da Samarco, em 2015, foi um marco na história do setor de mineração no Brasil, tendo liberado milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no ambiente, causando mortes e destruição ao longo da Bacia do Rio Doce. Para lidar com as consequências, foi firmado um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) em 2016, criando a Fundação Renova para gerenciar mais de 40 programas de recuperação. No entanto, diversos questionamentos surgiram referentes à efetividade das ações da fundação e aos valores das indenizações.

O governo federal, juntamente com os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, as mineradoras e demais autoridades, buscam agora um novo acordo para solucionar os mais de 80 mil processos judiciais acumulados desde o desastre. A proposta de reparação integral apresentada anteriormente foi rejeitada por não atender às expectativas das autoridades, que exigem um valor mais alto para compensação dos danos causados.

Por outro lado, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifestou seu descontentamento em relação às propostas das mineradoras Vale e BHP Billiton, exigindo uma reparação mais coerente e abrangente para as vítimas da tragédia de Mariana. O movimento ressalta a importância de considerar o impacto real causado às famílias atingidas e rejeita acordos que não atendam de forma adequada às necessidades das comunidades afetadas.

Diante desse contexto, a assinatura do novo acordo em outubro é aguardada com expectativa pelas vítimas e autoridades envolvidas, na esperança de que a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco seja finalmente concretizada e efetiva.

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