Volkswagen tem “um, talvez dois” anos para reverter situação da sua principal marca de carros, diz diretor financeiro.







Volkswagen enfrenta desafios

Volkswagen: Desafios e Ameaças no Mercado Automotivo

No dia 4 de agosto, Arno Antlitz, diretor financeiro da Volkswagen, fez um anúncio que abalou a companhia automotiva alemã. Em uma reunião com 25 mil trabalhadores em Wolfsburgo, Antlitz declarou que a marca precisa reverter sua situação crítica nos próximos “um, talvez dois” anos. O mercado automotivo europeu encolheu devido à pandemia, causando uma queda na demanda que equivale a cerca de duas fábricas da empresa. A transição para veículos elétricos também se apresenta como um desafio, o que requer uma reestruturação e redução de custos por parte da Volkswagen.

Com gritos de “Auf Wiedersehen” durante a reunião, indicando despedida, os trabalhadores foram instados a colaborar com a administração para enfrentar a crise. O CEO Oliver Blume destacou que os lucros na China, maior mercado da Volkswagen, estão em declínio. Isso reflete os desafios enfrentados não só pela Volkswagen, mas também por outras montadoras europeias como Stellantis e Renault, diante dos altos custos de produção e da concorrência cada vez mais acirrada.

A administração da Volkswagen, no entanto, enfrenta resistência dos sindicatos. A chefe do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, acusou a empresa de danificar a confiança dos funcionários e ameaçou greves. O sindicato IG Metall não pretende ceder em suas demandas salariais, o que torna as negociações ainda mais difíceis.

O chanceler Olaf Scholz manifestou preocupação com a situação e prometeu apoio, enquanto o Ministro do Trabalho, Hubertus Heil, defendeu a importância da Alemanha no mercado automotivo. A Volkswagen, por sua vez, busca aumentar a margem de lucro da marca VW até 2026 e enfrenta críticas pela priorização de investimentos em parcerias externas em detrimento dos empregos na Alemanha.

A perspectiva de fechamento de fábricas, algo inédito na história da Volkswagen, levanta preocupações não apenas para a empresa, mas também para a economia europeia em geral. Enquanto a administração e os sindicatos buscam soluções, a incerteza paira sobre o futuro da montadora e de seus milhares de funcionários.


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