Recuo da Starlink não fecha todos os caminhos para brasileiros ao X de Musk: tecnologias desafiam bloqueio e impactam setor telecomunicações.







Artigo Jornalístico

Recuo da Starlink não fecha acesso ao X para brasileiros, apontam especialistas

No dia 3 de agosto, a Starlink recuou quanto ao bloqueio do X, rede social suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Essa medida, no entanto, não impede totalmente o acesso dos brasileiros ao site de Elon Musk, conforme apontado por especialistas do setor de telecomunicações.

Para evitar o bloqueio completo, seria necessário suspender provedores de VPN, o que apresenta desafios técnicos e impactaria diversas empresas no país. As operadoras não conseguem rastrear o que os usuários acessam via VPN, já que a informação é criptografada, explicou Rogério Moreira, da Abinc.

A VPN funciona como um túnel entre o dispositivo do usuário e um servidor remoto, ocultando sua localização e identidade na rede. Isso dificulta o bloqueio seletivo do acesso à plataforma de Musk, já que a camada extra da VPN camufla o IP usado.

A mudança de postura da Starlink veio após comunicar à Anatel que não cumpriria o bloqueio. Especialistas apontam que, mesmo com a autorização revogada, seria difícil impedir que o sinal da Starlink chegasse aos usuários diretos pelos satélites.

O Brasil possui mais de 150 mil ativações da Starlink, sendo utilizada por diversos setores, desde órgãos governamentais até escolas em regiões remotas. Um eventual corte de sinal causaria prejuízo significativo ao país, especialmente em locais com pouca estrutura de conectividade.

Para o setor de defesa, a Starlink oferece redundância operacional e alta confiabilidade, mesmo que as informações sensíveis devam ser mantidas em tecnologias nacionais. A dependência da Starlink é vista como uma questão de soberania que não deveria existir.


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