O Brasil enfrenta a pior seca já registrada desde o início da série histórica, em 1950
O país está passando por uma situação crítica em relação à seca, com dados alarmantes divulgados pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) nesta quarta-feira (4). De acordo com um índice que mede as quantidades de água da chuva e da evapotranspiração de plantas, o momento atual supera as estiagens de 1998 e de 2015/2016.
Os números preocupantes indicam que a área afetada pela seca neste ano se estende por 5 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 58% do território nacional. Isso representa 500 mil quilômetros a mais do que em 2015, evidenciando a gravidade da situação.
Apesar de os dados do Cemaden irem até 1950, não estão incluídas na comparação algumas secas importantes do país, como a registrada no fim da década de 1870, que teve impactos devastadores.
A pesquisadora Ana Paula Cunha, especialista do Cemaden em secas, alerta que o Brasil está em um caminho de anos cada vez mais secos. O Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI) atingiu -1,94, o pior indicador da série histórica, em março deste ano, indicando uma intensa seca.
O boletim de monitoramento de secas também revela que 3.978 municípios brasileiros estavam em algum nível de seca, com 201 deles enfrentando a situação extrema. São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso são os estados mais afetados até o momento.
A previsão é de que o número de municípios afetados pela seca aumente nos próximos meses, com a possibilidade de intensificação da crise hídrica em diversas regiões do país. Nas últimas 24 horas, o nível dos rios Negro e Solimões também apresentou queda, evidenciando os impactos da falta de chuvas.