Linda Sun, ex-assessora da governadora de Nova York, é acusada de atuar como agente secreta da China

A ex-assessora da governadora de Nova York, Kathy Hochul, Linda Sun, de 41 anos, foi presa nesta terça-feira (3) sob acusação de atuar como agente secreta da China. De acordo com promotores federais, Sun teria recebido milhões de dólares em pagamentos e presentes luxuosos, incluindo refeições de pato gourmet em troca de favores para o governo chinês.

Sun, juntamente com seu marido Chris Hu, de 40 anos, compareceram a uma audiência no Brooklyn, onde se declararam inocentes das acusações. A juíza federal Peggy Kuo estabeleceu uma fiança de US$ 1,5 milhão para Sun e de US$ 500 mil para Hu, com uma próxima audiência marcada para 25 de setembro.

Segundo os promotores, Sun teria utilizado sua posição para impedir encontros entre representantes do governo taiwanês e autoridades de Nova York, bem como facilitar a visita de um alto funcionário do estado à China. Em contrapartida, o regime chinês teria financiado transações milionárias para Hu, que utilizou o dinheiro para adquirir um carro esportivo Ferrari e propriedades em Long Island e Honolulu, totalizando cerca de US$ 6 milhões.

Além disso, foram revelados presentes recebidos por Sun, como patos preparados pelo chef pessoal de um funcionário do regime chinês. A governadora Hochul não enfrenta acusações relacionadas ao caso e demonstrou colaboração com as autoridades desde sua descoberta de má conduta por parte de Sun, dispensando-a do cargo em março de 2023.

O advogado de defesa de Sun expressou a frustração de sua cliente com as acusações, enquanto a embaixada da China em Washington ainda não se pronunciou sobre o caso. Linda Sun, que ocupava o cargo de vice-chefe de gabinete de Hochul, possui um histórico de trabalho em agências estatais e agora enfrenta oito acusações, incluindo violação da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros e conspiração para lavagem de dinheiro, enquanto seu marido, Hu, encara três acusações, incluindo conspiração para fraude bancária.

Essa não é a primeira vez que os EUA intensificam a repressão contra indivíduos acusados de atuar em nome de potências adversárias sem registro legal, como o caso recente do acadêmico chinês Wang Shujun. A China, como país de interesse geopolítico estratégico, está no centro de muitas investigações que buscam proteger a segurança nacional dos Estados Unidos.