Pacientes aguardam até 16 anos por transplante de córnea em meio à escassez de doadores e interrupção de cirurgias durante pandemia




Tempo de espera para transplantes preocupa especialistas

Esse crescimento se deve, em parte, à interrupção de cirurgias eletivas durante a pandemia, bem como à insuficiência de doadores para atender à demanda crescente. Além disso, ainda enfrentamos o grande desafio de melhorar a gestão dos transplantes
Wilma Lelis, presidente do CBO

Tempo de espera

Uma pessoa que precisa de transplante de córnea espera, em média, 194 dias para a cirurgia. São mais de seis meses de espera mais o tempo de recuperação para o paciente voltar a enxergar.

Situação mais crítica está no Maranhão. O tempo de espera no estado para um transplante de córnea é de 595 dias – mais ou menos 19 meses. Na sequência, o Pará tem tempo de espera de 594 dias.

No Ceará, na contramão, o tempo de espera é de 63 dias. Outros estados com melhores desempenhos para celeridade de transplantes de córneas são Paraná, com 119 dias de espera, e Pernambuco, com 121.

Em casos pontuais analisados pelo Conselho de Oftalmologia, teve quem esperou 190 meses, ou 16 anos, para passar por transplante. O COB cita um caso específico que aconteceu no Rio de Janeiro. Casos semelhantes aconteceram no Ceará, onde um paciente ficou mais de 13 anos na fila, e no Pará, onde uma pessoa ficou mais de 12 anos esperando.


O tempo de espera para transplantes de córneas no Brasil tem sido motivo de preocupação para especialistas. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a demanda por transplantes aumentou significativamente, em parte devido à interrupção de cirurgias eletivas durante a pandemia e à falta de doadores.

A presidente do CBO, Wilma Lelis, ressalta a importância de melhorar a gestão dos transplantes para garantir um atendimento mais ágil e eficiente. O tempo de espera médio para um transplante de córnea no país é de 194 dias, o que representa mais de seis meses de espera, além do tempo de recuperação necessário para o paciente recuperar a visão.

As regiões com maior tempo de espera estão no Norte e Nordeste do Brasil. No Maranhão, por exemplo, o tempo de espera chega a 595 dias, aproximadamente 19 meses, enquanto no Pará é de 594 dias. Em contrapartida, no Ceará, o tempo de espera é de apenas 63 dias, com outros estados como Paraná (119 dias) e Pernambuco (121 dias) apresentando melhores desempenhos na celeridade dos transplantes.

Casos extremos de espera foram identificados pelo Conselho de Oftalmologia, com pacientes aguardando até 16 anos por um transplante de córnea. Um caso específico no Rio de Janeiro chamou a atenção, assim como situações no Ceará e no Pará, onde pacientes passaram mais de uma década na fila por um procedimento tão importante para a qualidade de vida.

Esses dados evidenciam a necessidade de medidas urgentes para otimizar a realização de transplantes de córneas no Brasil, garantindo que todos os pacientes que necessitam desse procedimento possam ser atendidos de forma rápida e eficaz.

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