Partido de extrema direita vence eleições na Turíngia e pode ter histórico governo na Alemanha após 76 anos.





Eleições nos estados alemães apontam vitória do partido AfD

As previsões de boca de urna indicam que o partido AfD (Alternativa para a Alemanha) saiu vitorioso nas eleições para o Parlamento da Turíngia neste domingo (1º). De acordo com os dados preliminares, a sigla conquistou 30,8% dos votos, tornando-se a primeira legenda de extrema direita a governar um estado alemão desde o fim do regime nazista em 1945. No entanto, a formação de uma coalizão seria necessária para o AfD governar, algo ainda improvável.

Na Saxônia, outro estado da antiga República Democrática Alemã, a AfD aparece em segundo lugar, com 30% dos votos. A legenda conseguiu reduzir a desvantagem em relação à CDU (União Democrata-Cristã), que lidera a coalizão governista estadual, ficando com 31,5% dos votos.

A AfD é considerada uma força política extremista pelas autoridades alemãs na Saxônia e na Turíngia, mantendo conexões com grupos neonazistas.

Reflexos na política nacional

As eleições estaduais são vistas como um termômetro da política nacional, a um ano das eleições para o Parlamento alemão. Enquanto o primeiro-ministro Olaf Scholz lidera uma coalizão pouco popular em Berlim, os resultados na Saxônia e na Turíngia podem influenciar o cenário político do país.

O terceiro lugar em ambas as eleições ficou com a BSW (Aliança Sahra Wagenknecht), um partido populista de centro-esquerda fundado no início deste ano. O sucesso do partido foi comemorado por seus líderes, que atingiram a expectativa de obter um percentual de dois dígitos.

Palavras da candidata

Sabine Zimmermann, líder da BSW na Saxônia, comemorou o êxito do partido, atribuindo-o ao discurso pró-Rússia na Guerra da Ucrânia e contrário à “imigração descontrolada”. A BSW compartilha algumas pautas com a AfD, o que impulsionou sua popularidade no leste alemão.

“Nós conseguimos!”, declarou Zimmermann, sendo aplaudida. “Nós estamos escrevendo história”.

Antes do encerramento da votação, o coordenador regional da BSW em Dresden, Andreas Uhlig, mencionou a possibilidade de uma coalizão com a CDU, mas descartou aliança com a AfD.

Os resultados dessas eleições mostram um afastamento dos partidos de centro e esquerda, com o SPD e os Verdes ficando abaixo dos 10% nas previsões. O A Esquerda, por sua vez, teria um desempenho aquém do esperado, sendo o quarto partido na Turíngia (12,4%) e o sexto na Saxônia (4%).


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