Fabiana é apontada como integrante do PCC e liderava negócios ilícitos, revela investigação da polícia em Mogi das Cruzes.






Artigo sobre Operação Policial

Fabiana também é apontada pela polícia como integrante do PCC. Com o marido preso desde 2002, ela estava à frente dos negócios ilícitos no tráfico, segundo a polícia. Fabiana conversava com João Gabriel de Mello Yamawaki, primo de Anderson, para receber orientações sobre os candidatos que receberiam apoio. O UOL tentou ouvir os citados, mas não conseguiu localizá-los.

Yamawaki era um dos integrantes do núcleo financeiro do PCC, aponta a investigação. O núcleo era apelidado de “câmbio” entre os integrantes da facção. A investigação aponta que Yamawaki tinha interesse em eleger vereadores nas cidades paulistas. Nos próximos dias, a polícia de Mogi das Cruzes quer ouvir Anderson. “Ele é o elo central”, diz o delegado.

Troca de mensagens interceptada pela polícia revela que Yamawaki indicava a Fabiana pessoas ligadas ao PCC para candidaturas em São José do Rio Preto, Campinas e Baixada Santista. “Pretendemos pegar os celulares, cruzar informações e fazer operação nessas cidades”, afirma o delegado. O chefe da Seccional de Mogi das Cruzes, Waldir Covino, afirma que a prioridade das próximas fases da investigação será mapear infiltrações do PCC na política.

Banco do crime e empresas para lavagem de dinheiro

Yamawaki decidiu abrir um banco por já ter tido a experiência de trabalhar com política e finanças, segundo a polícia. A instituição financeira, chamada 4TBank, oferece serviços para pessoas físicas. Segundo a polícia, Yamawaki tinha expectativa de aumentar os lucros da empresa. O UOL entrou em contato com o banco, mas não obteve resposta até a publicação deste texto — a polícia diz que os responsáveis por operar a empresa estão presos e as contas estão bloqueadas.

O banco em Mogi das Cruzes tem CNPJ aberto há cinco anos. Nas redes sociais, a página da instituição continua ativa. Segundo o delegado Intelizano, trata-se de uma atividade ilegal. “Eles não têm autorização do Banco Central para operar”, diz. Nos últimos cinco anos, a movimentação do banco somente no CNPJ de Mogi das Cruzes foi de R$ 600 milhões — quase R$ 100 milhões foram movimentados em saques e dinheiro em espécie.


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