Empresas devem priorizar lucro para reconquistar investidores afastados de iniciativas ESG, apontam especialistas.







Recuperação de Investidores – Especialistas Falam

Empresas devem priorizar o lucro para recuperar investidores, dizem especialistas

No mercado financeiro, as iniciativas ESG (critérios ambientais, sociais e de governança) estão enfrentando uma fase de impopularidade. A maior gestora de ativos do mundo, BlackRock, reduziu drasticamente seu apoio a projetos ESG nos últimos anos, passando de 47% para 4%. O CEO Larry Fink chegou a afirmar que parou de usar o termo devido à politização em torno do conceito.

Para reconquistar investidores que se afastaram devido a desempenhos abaixo do esperado, economistas apontam a importância das empresas deixarem claro que a prioridade é o lucro. De acordo com Jason Vieira, economista, os investimentos que saíram do ESG migraram para a diversificação, indicando que as certificações ESG nem sempre garantem uma postura sustentável real por parte das empresas.

O cenário macroeconômico, marcado por incertezas, também influenciou na redução das exigências dos investidores em busca de rentabilidade, segundo Marcos de Vasconcellos, assessor de investimentos.

Especialistas divergem sobre a existência de uma “moda da vez” que estaria desviando atenções e recursos das iniciativas ESG. Enquanto a inteligência artificial (IA) ganha destaque, o enfoque nas metas de sustentabilidade apresenta objetivos e impactos diferentes. Para Vasconcellos, a IA está focada em retornos financeiros, enquanto o ESG promove um filtro adicional para investimentos e posicionamento institucional.

Energia Limpa

Paulo Feldman, professor de economia na USP, acredita que a exposição exagerada de ESG e IA pode estar valorizando investimentos com critérios subjetivos. Ele destaca a importância de identificar onde os consultores estão direcionando seus esforços, indicando uma mudança de foco ao longo dos anos.

No Brasil, o mercado ESG ainda é incipiente. Os fundos de Investimento Sustentável (IS) e os fundos ESG representam menos de 1% da indústria de fundos no país. Apesar do baixo percentual, especialistas como Victor Natal, do Itaú BBA, afirmam que o movimento em direção ao ESG está crescendo gradativamente.

A diferenciação entre os IS e os fundos ESG feita pela Anbima em 2022 é vista positivamente. Cacá Takahashi, diretor da Anbima, destaca o crescimento significativo identificado quando os fundos são corretamente classificados. O foco agora é educar investidores e gestores para aumentar a compreensão sobre os produtos disponíveis no mercado.


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