Rio Solimões alcança menor nível da história em Tabatinga, no Amazonas
Tabatinga, Amazonas – 30 de agosto de 2024
O Rio Solimões atingiu o menor nível da história no trecho que passa pela cidade de Tabatinga, no Amazonas. Segundo um relatório divulgado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) nesta sexta-feira, 30, o nível do rio foi medido em -94 cm, superando o recorde anterior de -86 cm registrado em 2010.
É importante ressaltar que o número negativo não significa ausência completa de água. O índice diz respeito à altura da água em relação ao nível de referência definido em cada estação de medição. Em 2023, também foi registrado um valor negativo no mesmo trecho, com -72 cm.
O gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus (SUREG-MA), Andre Martinelli, alertou para a precariedade da situação: “O Solimões atingiu níveis extremamente baixos de forma antecipada. As previsões indicam que o cenário pode se agravar, especialmente com a projeção de chuvas abaixo do esperado nas próximas semanas”.
Além disso, a situação crítica no Solimões pode afetar outros rios da região, uma vez que ele é o principal afluente na cabeceira da Bacia do Amazonas. Rios como o Acre e o Madeira também apresentaram medições preocupantes, indicando um quadro de escassez hídrica generalizada na região.
Os especialistas associam esses eventos climáticos extremos ao aquecimento global, que tende a agravar a frequência e a intensidade desses episódios. A Amazônia tem sofrido com estiagens severas, o que aumenta o risco de incêndios florestais, como os registrados recentemente na região.
No Rio Madeira, em Porto Velho, o nível da água estava em 134 cm, o segundo mais baixo já registrado. Já no Rio Acre, em Rio Branco, a medição foi de 131 cm, a terceira menor da série histórica.
O relatório também destacou a preocupação com os rios Amazonas e Negro, que apresentaram reduções significativas em seus níveis de água em diversas cidades ao longo do período analisado. A previsão é de que a situação se agrave nas próximas semanas, caso não haja mudanças no padrão climático.
Em resumo, a crise hídrica na região amazônica está longe de ser controlada, e medidas urgentes precisam ser tomadas para mitigar os impactos desses eventos extremos que têm se tornado cada vez mais frequentes.