A Flup será realizada no Circo Voador, localizado na Lapa, região central do Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 14 de novembro, a partir das 13h. No ano passado, a festa foi oficialmente declarada patrimônio cultural imaterial pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com Júlio Ludemir, diretor-fundador da FLUP e curador geral do evento, a presença de Mame-Fatou Niang trará uma perspectiva única para a edição deste ano, conectando as periferias brasileiras a um diálogo global sobre raça e cultura de extrema relevância, especialmente em um momento em que questões econômicas estão em pauta no G20.
A figura homenageada na FLUP 2024 será Beatriz Nascimento, historiadora, escritora, cineasta e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres. Duda Nascimento, curadora do evento, destacou a importância da ancestralidade das mulheres negras e seu papel crucial em diversos aspectos, principalmente relacionados à contemporaneidade no Brasil, às periferias e à comunidade LGBTQIA+.
O tema escolhido para esta edição da Flup será “Roda a saia, gira a vida”, abordando questões contemporâneas das periferias sob a perspectiva do quilombo como símbolo de agregação e luta. A programação incluirá mesas de debates, atividades culturais como batalhas de slam, voguing e passinho, além de shows de artistas reconhecidos. Também está previsto o lançamento do “Dicionário Biográfico: Histórias Entrelaçadas de Mulheres Afrodiaspóricas”, com curadoria de Rosinalda Corrêa da Silva Simoni e Thais Alves Marinho.
Entre os confirmados para participar da Flup estão nomes de destaque, como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, as pesquisadoras Jurema Werneck e Leda Maria Martins, as escritoras Rayane Leão e Cidinha da Silva, e os músicos Lia de Itamaracá e Tiganá Santana. Além disso, a presença de personalidades internacionais como a escritora anglo-nigeriana Bernardine Evaristo e a romancista francesa Marie Ndiaye promete enriquecer ainda mais o evento.
A Flup, que busca promover outras experiências literárias e ampliar o acesso a livros, ideias e experiências antes marginalizadas, já realizou edições em diversos territórios periféricos do Rio de Janeiro, sempre contando com equipes de produção majoritariamente negras e mulheres em cargos de liderança. O evento deste ano conta com o patrocínio da Shell e promete ser um marco na celebração e valorização da cultura das periferias.