A cerimônia de apresentação do manto aos tupinambás estava inicialmente marcada para o fim de agosto, porém foi adiada. A cacique tupinambá Jamopoty expressou seu descontentamento por não terem participado do momento da chegada do manto ao Brasil, afirmando que ele é um ser vivo e parte importante da história do povo tupinambá. Ela ressaltou a importância espiritual da peça e a necessidade de cumprir todos os rituais e procedimentos adequados antes de apresentá-la à sociedade.
O Museu Nacional informou que enviou o comunicado sobre a chegada do manto por email a todos os integrantes do Grupo de Trabalho para o Acolhimento do Manto Tupinambá, do qual Jamopoty faz parte. A cerimônia de apresentação está sendo organizada pelo Ministério dos Povos Indígenas, mas até o momento não foram divulgados detalhes sobre o evento.
Jamopoty afirmou que uma comissão de tupinambás estará presente no Rio de Janeiro no dia 7 de setembro para a cerimônia de recepção do manto sagrado. O diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner, participou de uma reunião com lideranças tupinambás, onde houve momentos de tensão, porém o museu divulgou uma nota negando conflitos com os indígenas.
O manto, que possui 1,80 metro de altura e é confeccionado com penas vermelhas de guará, chegou ao Museu Nacional da Dinamarca em 1689 e representa uma importante conexão com a memória e as práticas culturais ancestrais do povo tupinambá. A cerimônia de recepção é vista como uma oportunidade de união e celebração para todos os brasileiros, e o retorno do manto é considerado uma conquista significativa para o povo tupinambá.