Flip revoga proibição de venda de livros em casas parceiras com novo selo de R$ 1.000 para preservação ambiental e social.





A Festa Literária Internacional de Paraty revisou sua decisão de proibir as casas parceiras de vender livros, uma medida que gerou controvérsias desde que foi divulgada pela Folha, duas semanas atrás.

Agora, a Flip emitiu um novo comunicado informando que as casas estão autorizadas a comercializar seus livros, desde que adquiram o Selo Livraria da Flip mediante uma contribuição mínima de R$ 1.000.

De acordo com a Associação Casa Azul, responsável pelo evento, o selo representa o compromisso de cada casa com questões como meio ambiente, responsabilidade social e gestão participativa do território de Paraty.

A ação tem como objetivo conscientizar os parceiros sobre o impacto dos resíduos durante o festival, buscando minimizar a sobrecarga na infraestrutura da cidade.

A Flip havia justificado inicialmente a proibição de venda de livros como uma forma de evitar práticas prejudiciais ao ecossistema da região, destacando que a festa não tem finalidade comercial.

O Selo Livraria da Flip surge como uma alternativa para garantir que normas de conduta sejam seguidas por todos os participantes.

Segundo a organização, a proposta foi discutida com a prefeitura e o Iphan, órgão responsável pelo patrimônio histórico de Paraty. A taxa de R$ 1.000 será direcionada a uma ONG local, o Instituto Colibri, que realiza coleta seletiva na cidade desde 2010.

A eficácia dessa medida ainda é incerta. Muitas casas parceiras independentes estão reconsiderando sua participação devido à baixa margem de lucro na Flip – sem a venda de livros, a compensação financeira seria mínima.

Com o acréscimo desse novo custo, que não era cobrado em edições anteriores, algumas casas podem enfrentar dificuldades, considerando os gastos com aluguel, deslocamento de funcionários e estrutura do espaço em Paraty.

A Flip está agendada para acontecer daqui a pouco mais de um mês, de 9 a 13 de outubro, com uma programação que inclui renomados autores como Édouard Louis, Jeferson Tenório, Carla Madeira e o cacique Raoni, sob a curadoria de Ana Lima Cecilio. O desenrolar das negociações pode afetar a programação paralela, que costuma atrair os aficionados por literatura.


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