Equilíbrio de gênero ameaçado na nova Comissão Europeia: especialistas apontam retrocesso em composição dominada por homens.

Especialistas apontam que as escolhas para a nova Comissão Europeia estão sendo influenciadas por interesses nacionais em detrimento dos interesses comunitários. A composição da futura Comissão, que assume suas funções em dezembro, reflete um retrocesso em relação à atual, com apenas 7 mulheres e 17 homens entre os comissários já indicados, sendo que Itália, Bélgica e Bulgária ainda não fizeram suas indicações.

A predominância masculina na equipe de altos funcionários da União Europeia é considerada um retrocesso para a estratégia de igualdade de gênero do bloco, que em 2020 estabeleceu a meta de 50% de representatividade feminina em todos os níveis de gestão. Antes de assumir seus postos, os comissários passarão por sabatinas e terão que ser aprovados pelo Parlamento Europeu.

A disputa pelos cargos na nova Comissão Europeia ganha destaque, com os conservadores do Partido Popular Europeu (PPE) buscando assumir a maioria das pastas, incluindo a presidência. As pastas mais cobiçadas, como concorrência, comércio e política econômica, serão preenchidas de acordo com a afinidade dos candidatos com a presidente Ursula von der Leyen.

Líderes de vários países da União Europeia já manifestaram suas pretensões em relação aos cargos na Comissão. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reivindica pastas como indústria e competitividade, enquanto o premiê tcheco, Petr Fiala, busca uma posição de destaque na área econômica. Outros países, como Polônia e Grécia, esperam ocupar cargos estratégicos em troca de apoio dado a Von der Leyen.

Além disso, a pasta do alargamento é alvo de intensa disputa, com a responsabilidade de preparar a adesão de dez países candidatos e definir as reformas internas da UE necessárias para os próximos anos.

Sair da versão mobile