Operação Resgate IV liberta 593 pessoas em condições de trabalho escravo em 11 estados brasileiros, incluindo crianças e idosos.

Na quarta edição da Operação Resgate, realizada por servidores de seis órgãos públicos, um total de 593 pessoas foram libertadas de condições semelhantes ao trabalho escravo ao longo do último mês. Entre esses resgatados, destaca-se a presença de 18 crianças e adolescentes que estavam submetidos ao trabalho infantil ilegal. Dessas vítimas, 16 eram obrigadas a realizar serviços em condições degradantes, sem receber qualquer tipo de remuneração.

Os resgates ocorreram em 11 estados brasileiros, sendo Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal os locais com maior número de ocorrências. As atividades econômicas com maior incidência de trabalho escravo foram a agricultura, especialmente os cultivos de cebola, café e alho, a construção civil e serviços como restaurantes, bares e condomínios.

Um dos casos que chamou a atenção dos fiscais ocorreu em Pernambuco, onde 18 pacientes de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos eram submetidos a trabalho forçado. Esses pacientes internados realizavam atividades laborais compulsoriamente, como parte do processo de internação, sem qualquer registro de empregados na clínica.

A Operação Resgate IV resultou em 11,6% mais pessoas libertadas em comparação com a edição anterior, realizada em 2023, onde 532 trabalhadores foram resgatados. Um dos resgates mais emblemáticos foi o de uma senhora de 94 anos, encontrada em condições de escravidão em Mato Grosso, após 64 anos de trabalho sem salário para uma mesma família.

Além disso, a operação também identificou casos de trabalho escravo doméstico em São Paulo e a exploração de trabalhadores estrangeiros em diversos estados. Os responsáveis por essas práticas já foram obrigados a desembolsar mais de R$ 1,91 milhão apenas para saldar verbas rescisórias, e os órgãos competentes continuam as investigações para garantir o cumprimento de todos os deveres trabalhistas.

A Operação Resgate IV reforça a importância de combater o trabalho escravo contemporâneo, que persiste devido aos benefícios econômicos obtidos pelos exploradores. Punir financeiramente os responsáveis é fundamental para coibir essa prática que viola os direitos humanos e explora trabalhadores indefesos.

Sair da versão mobile