Belém: O desafio da sustentabilidade urbana

A capital amazônica, Belém, foi escolhida para sediar a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em 2025. No entanto, a cidade enfrenta sérios desafios em relação à sustentabilidade urbana. Segundo dados alarmantes, 12% dos moradores não contam com coleta regular de lixo em pelo menos um dia da semana, 80% não possuem atendimento de coleta de esgoto e mais da metade da população vive em áreas classificadas como favelas, sem acesso a serviços básicos.

A questão do lixo é um dos principais problemas, envolvendo desde problemas na coleta, resultando em acúmulo de resíduos em diferentes bairros, até a destinação inadequada. Inicialmente, os resíduos domésticos eram enviados para um lixão em Ananindeua, mas agora são direcionados para um aterro em Marituba, outra cidade vizinha.

Os índices de cobertura de coleta de lixo e reciclagem em Belém são inferiores à média nacional. Além disso, a cidade não evoluiu significativamente em termos de tratamento de esgoto nos últimos anos. Apenas 2,38% dos moradores têm acesso a esse serviço, um dos piores índices do país.

A ocupação desordenada da cidade contribui para esses problemas, com invasões em áreas desprovidas de serviços básicos como água encanada e energia elétrica regular. Belém possui a maior quantidade de domicílios em favelas entre as capitais brasileiras, evidenciando a urgência de ações para melhoria da qualidade de vida dos moradores.

Diante desse cenário, a próxima gestão do município terá o desafio de enfrentar questões cruciais para a sustentabilidade urbana. Os candidatos à prefeitura apresentam propostas para solucionar esses problemas, mas a realidade das comunidades desassistidas, como o abrigo do Tucunduba, evidencia a urgência de ações concretas.

O QUE DIZEM OS PRINCIPAIS CANDIDATOS À PREFEITURA DE BELÉM SOBRE O TEMA:

Edmilson Rodrigues (PSOL), prefeito que tentará reeleição: Propõe concluir obras de macrodrenagem, ampliação da coleta de lixo e estímulo a cooperativas de reciclagem. Além disso, pretende implantar um novo aterro sanitário e melhorar o tratamento de resíduos na cidade.

Igor Normando (MDB), deputado estadual: Planeja ações emergenciais, como monitoramento do descarte de lixo e estímulo a empreendedores na gestão de resíduos. Também propõe parcerias para avanço no tratamento de água e esgoto.

Éder Mauro (PL), deputado federal: Não respondeu aos questionamentos da reportagem.

A COP30, que será sediada em Belém, representa uma oportunidade única para discutir e implementar medidas que visem a melhoria da sustentabilidade urbana na região, contribuindo para um futuro mais justo e equitativo para todos os cidadãos.