Ataque armado a indígenas avá guarani deixa seis feridos, sendo dois graves, em conflito por terras no Paraná.

Fazendeiros atacam indígenas Avá Guarani com armas de fogo durante a madrugada

Na madrugada desta quarta-feira (28), fazendeiros abriram fogo contra indígenas Avá Guarani que vivem na aldeia Tekoa Yhovy, localizada no município de Guaíra, no Paraná. A aldeia faz parte da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira e foi palco de um violento ataque que resultou no internamento de seis indígenas, dois em estado grave de saúde. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou informações sobre o ocorrido, relatando que os fazendeiros, produtores de soja e milho, adotaram uma tática semelhante à caça de javalis, disparando indiscriminadamente e ferindo principalmente jovens mulheres.

Segundo relatos, os fazendeiros começaram a atirar por volta das 23h do dia anterior e continuaram durante a madrugada, em um cerco que lembrou uma verdadeira caçada. Os indígenas transmitiram ao vivo, em uma rede social, os momentos de perseguição, onde os disparos e gritos eram ouvidos, assim como as luzes das caminhonetes dos agressores.

O Cimi Regional Sul emitiu uma nota repudiando veementemente os ataques e a violência praticada de forma corriqueira e cruel pelo agronegócio. O clima de tensão na região é antigo, com o processo de demarcação do território interrompido por decisões judiciais. O missionário Roberto Liegbott destacou que a esperança dos indígenas foi abalada pela não anulação da tese do marco temporal, que garantiria seus direitos territoriais.

A situação se agravou com a articulação do Congresso Nacional para derrubar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Lei 14.701, o que resultou em novos ataques dos fazendeiros. Mais uma estratégia empregada é a criminalização das lideranças indígenas, acusando-as de invasão de propriedades privadas. A região em questão abrange os municípios de Guaíra, Altônia e Terra Roxa, no Paraná, além dos rios Paraná, Taturi e Ribeirão Tapera.

Diante desse cenário de violência e conflito, é fundamental que as autoridades competentes estejam atentas e atuantes. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná e a Polícia Federal devem se posicionar e investigar as ocorrências, garantindo a proteção dos indígenas e a punição dos responsáveis pelos ataques. A situação dos Avá Guarani é delicada e requer uma resposta imediata das autoridades para evitar novas tragédias e assegurar a integridade dessas comunidades.

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