As contas externas, também conhecidas como transações correntes, são um importante indicador da vulnerabilidade de um país diante de crises externas. Elas englobam o saldo da balança comercial, da balança de serviços, a renda primária e as transferências pessoais de brasileiros que vivem no exterior às suas famílias.
O aumento das importações de serviços foi o principal responsável pelo crescimento do déficit das contas externas. Esse aumento fez com que a balança de serviços encerrasse os sete primeiros meses do ano com um déficit de US$ 28,937 bilhões, comparado ao saldo negativo de US$ 22,159 bilhões no mesmo período de 2023.
Além disso, o superávit da balança comercial, que registrou crescimentos sucessivos até 2023, está em queda em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou, resultado inferior aos US$ 49,789 bilhões de superávit registrados no mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o aumento do déficit das contas externas está relacionado ao crescimento da economia. O Banco Central aponta que, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresce, o país tende a importar mais produtos e serviços.
Os investimentos estrangeiros diretos têm sido uma importante fonte de compensação para o saldo negativo das contas externas. De janeiro a julho, as empresas estrangeiras investiram US$ 45,065 bilhões no Brasil, representando um aumento de 20,15% em relação ao mesmo período de 2023.
Em julho, os gastos de turistas brasileiros no exterior totalizaram US$ 1,384 bilhão, mantendo-se estáveis em relação ao mesmo mês de 2023. Esse cenário pode ser explicado pelo aumento da renda dos turistas brasileiros que viajam para fora do país, mesmo com a alta do dólar.
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