Remake de “O Corvo” busca nova identidade em Hollywood, ignorando versão anterior e enfrentando desafios em busca do sucesso.




Artigo sobre o Remake de O Corvo

Remake de “O Corvo” busca novo público e novas abordagens

O novo “O Corvo” ocupa uma posição peculiar no cenário atual de remakes em Hollywood. Enquanto muitos filmes buscam repetir o sucesso de versões anteriores, este remake busca uma nova leitura dos quadrinhos de James O’Barr, ignorando completamente a versão cinematográfica anterior. Esta decisão destoa dos recentes hits de bilheteria, como “Twisters” e “Alien: Romulus”, mostrando uma abordagem mais antiquada em um período marcado por sequências e continuações sem muita inovação.

A justificativa para essa escolha pode ser encontrada na tragédia que marcou o filme original, com o falecimento de Brandon Lee durante as filmagens. Este acidente fatal impediu qualquer continuação direta do filme de 1994, por respeito à memória do ator e à sensibilidade do público. A nova produção não pode simplesmente recorrer ao passado de maneira desrespeitosa, e assim decide seguir em frente com uma abordagem renovada.

O “O Corvo” dos anos 90 se destacava pela sua rebeldia única, tornando-se um marco da época com sua mistura de elementos góticos, referências a Edgar Allan Poe e uma estética barroca inspirada nos filmes de Tim Burton. A história de Eric Raven, um homem ressuscitado em busca de vingança, encontrava eco na juventude da época, marcada por uma indignação niilista e um senso de revolta com o mundo ao seu redor.

No entanto, o novo remake parece ter dificuldades em encontrar o seu público-alvo. Com uma narrativa que se estende em explicações excessivas e um desenvolvimento lento, o filme tenta se conectar com uma nova geração de espectadores acostumados com franquias como “Jogos Vorazes” e “Divergente”. A trama se foca em Eric, interpretado por Bill Skarsgard, um homem que busca vingar a morte de sua amada e enfrentar ameaças institucionais e sociais.

Apesar dos esforços do diretor Rupert Sanders em trazer uma nova atmosfera e visual mais violento para a história, o remake de “O Corvo” parece se perder em tentativas de modernização sem a mesma profundidade do original. As decisões de roteiro e atuação nem sempre convencem, deixando a sensação de que o filme se esforça para alcançar um padrão que talvez não seja o mais adequado para a história que deseja contar.

Em resumo, o novo “O Corvo” pode encantar os fãs mais ávidos da franquia, mas corre o risco de não conquistar um novo público com sua abordagem. A falta de originalidade e a tentativa de se encaixar em tendências atuais podem enfraquecer a força e o impacto que o filme original teve nos anos 90, deixando uma sensação de nostalgia e desapontamento para aqueles que esperavam mais deste remake.


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