Decisão da Justiça impede pagamento de bônus milionário a diretores da Supervia

No dia 20 de agosto, a Justiça proibiu o pagamento de um bônus no valor de R$ 7 milhões aos diretores do alto escalão da Supervia. A concessionária, mesmo enfrentando uma queda na qualidade dos serviços prestados aos passageiros nos últimos quatro anos e com a informação de que somente conseguiria operar os trens no Rio de Janeiro até o final de agosto, planejava destinar esse montante em setembro.

Os diretores da Supervia justificaram que o bônus seria devido ao cumprimento de metas operacionais. Entretanto, a Justiça destacou que essa ação resultaria em um déficit de R$ 2,3 milhões até o final do mês. O juiz ressaltou a insolvência da empresa e considerou inadmissível que, nesse cenário, o caixa fosse desfalcado para remunerar exclusivamente seus executivos.

A decisão judicial também interrompeu a exigência da concessionária de realizar obras de acessibilidade e reformas em estações e trens, compromisso firmado com o Ministério Público.

A Supervia alegou que o pagamento do bônus poderá ser remanejado para o final do ano, contudo, não forneceu detalhes sobre as metas atingidas. A empresa afirmou que se trata de um direito trabalhista.

Diante da situação de insolvência, uma audiência está marcada para o dia 9 de setembro para discutir a continuidade da operação dos trens. A Supervia reconheceu as dificuldades financeiras e ressaltou o investimento em segurança operacional e no pagamento dos salários dos colaboradores como prioridade.

A Secretaria Estadual de Transportes e a Procuradoria Geral do Estado seguem em negociações com a empresa em busca de uma solução amigável para garantir a prestação do serviço ferroviário. A Supervia confia na Justiça para resolver a questão e garantir a continuidade do serviço de transporte de passageiros.