Ministro do STF usa órgão de combate à desinformação do TSE para investigar manifestantes contra ministros em evento privado nos EUA.




Ministro Alexandre de Moraes usa órgão do TSE para investigar manifestantes em Nova York

Ministro Alexandre de Moraes utiliza órgão do TSE para levantar informações sobre manifestantes em Nova York

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está no centro de uma polêmica após utilizar o órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ministros do STF durante um evento privado em Nova York, nos Estados Unidos.

O episódio, que ocorreu em novembro de 2022, aconteceu fora do período eleitoral e foi revelado por mensagens obtidas pela imprensa. Segundo informações, assessores de Moraes entraram em contato com juízes instrutores no STF e TSE para obter informações sobre os manifestantes.

O gabinete de Moraes afirmou que todos os procedimentos foram oficiais e estão documentados nos inquéritos em curso no STF, com participação da Procuradoria-Geral da República. No entanto, as mensagens indicam que o uso da estrutura de combate à desinformação do TSE foi de forma não oficial e irregular.

O caso de Nova York envolveu os ministros do STF Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso, que participaram de um evento na cidade. Vídeos nas redes sociais mostram manifestantes bolsonaristas assediando e xingando os ministros durante a estadia deles. O ex-presidente Michel Temer também foi alvo dos ataques.

O uso do órgão de combate à desinformação do TSE para monitorar os manifestantes começou antes mesmo de Moraes chegar aos EUA. O juiz Marco Antônio Vargas solicitou ao TSE o monitoramento e produção de relatórios sobre as ameaças aos ministros, com destaque para Alexandre de Moraes.

A troca de mensagens entre os envolvidos revela a preocupação com a informalidade do processo e a necessidade de agilidade nas ações. Pedidos de produção de relatórios foram feitos em relação a diversos manifestantes, incluindo o blogueiro Allan dos Santos e a deputada Carla Zambelli.

Essa utilização do órgão do TSE para investigar manifestantes em Nova York levanta questionamentos sobre os limites éticos e legais das ações de autoridades judiciais. O caso promete gerar debates e análises sobre o papel e os poderes do STF e do TSE em investigações desse tipo.


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