O renomado jornalista Joaquim Nabuco, figura central na luta abolicionista no Brasil, era conhecido por sua forte posição contra a escravidão. Para Nabuco, o crime da escravidão era maior do que qualquer suposto delito cometido pelo escravizado contra seu senhor. Essa visão era considerada um escândalo para a época, conforme relatado por especialistas.
A mudança de Nabuco para o Rio de Janeiro em 1871 marcou o início de sua atuação militante na imprensa, onde defendia fervorosamente as causas abolicionista, anticlerical e monarquista. Ele se tornou uma voz ativa contra a escravidão, liderando a bancada abolicionista na casa legislativa e apoiando o governo imperial. Sua atuação no parlamento foi fundamental para o avanço da campanha pela abolição, conforme destacado pela socióloga Angela Alonso.
Além de sua atuação política, Nabuco também buscava conexões com movimentos abolicionistas internacionais, visando pressionar o governo imperial pela libertação dos escravizados. Sua eloquência e carisma o tornaram uma figura pública de destaque no movimento abolicionista, cativando audiências com seus discursos e escritos propagandísticos.
O historiador Paulo Henrique Martinez destaca a importância do pensamento de Nabuco, que ia além da simples abolição da escravidão. Para Nabuco, era necessária uma reforma social ampla para reparar os danos causados pela escravidão ao longo de séculos. Sua análise crítica da sociedade brasileira durante o Império refletia a necessidade de mudanças profundas para superar os desafios deixados pelo regime escravista.