Entregadores em Recife: ganhar pouco, trabalhar muito e sobreviver em meio à informalidade e desemprego crescentes







Artigo Jornalístico

Trabalho Informal no Recife: Desafios e Perspectivas

O entregador Fábio Luiz, de 38 anos, compartilhou sua rotina de trabalho no transporte de passageiros e na entrega de alimentos e medicamentos por aplicativos, descrevendo-a como “ganhar pouco, trabalhar muito e sobreviver”. Em meio à informalidade que persiste em diversas capitais brasileiras, como o Recife, esses profissionais enfrentam desafios na tentativa de mitigar o desemprego.

Atuando há um ano e dois meses como entregador, Fábio utiliza uma moto alugada, pagando um valor semanal de R$ 250, totalizando R$ 1.000 mensais ao proprietário do veículo. Residindo em Boa Viagem, na zona sul da cidade, ele se desdobra entre o transporte de pessoas e a entrega de mercadorias. “Quando não tem passageiro, tem entrega. Tive que me adaptar à situação para fazer um rendimento extra”, relatou.

Fábio enfrenta altos custos para manter sua atividade, que não permite vislumbrar a compra de uma moto própria no horizonte. Além disso, ele paga pensão alimentícia para a filha de nove anos, ampliando suas responsabilidades financeiras.

Com uma jornada diária de 10 a 12 horas, Fábio busca equilibrar seu trabalho como entregador com os estudos, frequentando uma faculdade online de gestão de pessoas e um curso de terapia. A busca por melhores condições de trabalho e renda é uma realidade latente na vida desses profissionais informais, que se esforçam para garantir sua subsistência.

A cidade do Recife enfrenta índices elevados de informalidade, representando 41,4% da população ativa no primeiro trimestre de 2024, acima da média nacional de 38,9%. Nesse contexto, as propostas dos candidatos à prefeitura para lidar com a questão do desemprego se tornam ainda mais relevantes.

Propostas dos Candidatos em Relação ao Trabalho Informal

João Campos (PSB): Em sua candidatura à reeleição, destaca o destaque do Recife na geração de empregos formais per capita, com 5.800 postos de trabalho por cada 100 mil habitantes. Suas ações durante o primeiro mandato se centraram na qualificação profissional, desburocratização do ambiente de negócios e geração de emprego e renda.

Daniel Coelho (PSD): Propõe o lançamento do Programa Municipal de Geração de Trabalho e Renda, o Pró-Trabalho, com ênfase em investimentos, turismo, construção civil e qualificação profissional voltada para setores estratégicos da economia.

Gilson Machado (PL): Planeja fomentar o empreendedorismo, oferecer qualificação para trabalhadores informais e criar o Centro de Fomento ao Micro e Pequeno Empreendedor, buscando parcerias público-privadas e linhas de crédito para estimular negócios na cidade.

Diante dos desafios apresentados pelo trabalho informal no Recife, as propostas dos candidatos se tornam fundamentais para a construção de políticas públicas que promovam a inclusão e a geração de empregos de qualidade para a população local. A busca por alternativas eficazes para lidar com a informalidade é essencial para o desenvolvimento econômico e social da região.


Sair da versão mobile