O Brasil terá participação fundamental nessa iniciativa internacional de US$ 1 bilhão, ao lado dos Estados Unidos e do Chile, país que abriga o observatório. Um acordo de cooperação científica até 2038 foi recentemente assinado entre o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA) do Brasil e o SLAC National Accelerator Laboratory, associado à Universidade Stanford, representante do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Os testes com a câmera do telescópio começarão na próxima semana, com as primeiras imagens previstas para setembro. A parceria garantirá a participação de 170 brasileiros no projeto, sendo 80% deles jovens pesquisadores, além de estudantes e técnicos de 26 instituições de ensino de 12 estados, formando o Grupo de Participação Brasileiro LSST (BPG-LSST).
Localizado em Cerro Pachón, no Chile, o supertelescópio de 8,4 metros de diâmetro, com a maior câmera digital do mundo, terá 3,2 bilhões de pixels e promete revolucionar a observação do Universo. Ao escanear o céu, capturará imagens detalhadas de estrelas, galáxias e asteroides no espaço.
Sob a liderança do Observatório Vera C. Rubin, dos Estados Unidos, será realizado um levantamento fotométrico do Hemisfério Sul, com imagens de altíssima resolução em seis diferentes filtros de cores. Cada posição será observada mil vezes ao longo de dez anos, gerando um filme do Universo completamente inédito.
O Brasil terá como contrapartida a gestão de um grande centro de dados para armazenamento e processamento das informações geradas pelo LSST. Este centro, conhecido como Independent Data Access Center (IDAC), fará parte de uma rede internacional de centros, sendo responsável por catalogar dezenas de bilhões de objetos anualmente.
O diretor do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia, Luiz Nicolaci da Costa, destaca a importância do projeto para a ciência brasileira e ressalta a oportunidade única de participar de uma iniciativa tão inovadora. A expectativa é que o LSST não apenas amplie o conhecimento sobre o universo, mas também contribua para o desenvolvimento de soluções computacionais avançadas e para o progresso da inteligência artificial.
Com a assinatura desse acordo e o início dos testes do supertelescópio, o Brasil se consolida como um importante protagonista na pesquisa astronômica global. A expectativa é que os resultados obtidos ao longo dos próximos anos tragam avanços significativos para a compreensão do Universo e impulsionem a ciência brasileira para novos patamares.