OAB cria Comissão de Segurança Pública para tratar do uso da força letal pela polícia em São Paulo



Ordem dos Advogados do Brasil cria Comissão de Segurança Pública para controle da letalidade policial

A Ordem dos Advogado do Brasil (OAB) criou uma Comissão de Segurança Pública, que reunirá advogados criminalistas e representantes de entidades da sociedade civil, como o Instituto Sou da Paz, para tratar do controle do uso da força letal pela polícia. A nova comissão será presidida pelo criminalista Alberto Zacharias Toron, que tomou posse nesta sexta-feira, 16, no cargo em uma cerimônia que contou com a presença do secretário nacional de segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo.

O vice-presidente da comissão, o professor de Direito da FGV e advogado criminalista Theo Dias, destacou a importância do aumento da letalidade policial nos últimos dois anos como motivação para a criação da comissão. Segundo ele, é fundamental verificar o que está acontecendo e buscar soluções para regular o uso da força letal. A violência policial gera insegurança e é ineficaz, pois não obtém a cooperação da sociedade.

No primeiro trimestre deste ano, o Estado de São Paulo registrou um crescimento de 138% na letalidade policial em comparação com o mesmo período de 2023. Diante desse cenário, a OAB busca atuar de forma proativa para analisar e propor medidas que possam reduzir essa violência. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo destacou que está investindo em câmeras e armas não letais para diminuir a letalidade policial.

A comissão da OAB pretende analisar não apenas a regulamentação do uso da força letal, mas também questões como o tipo de modelo de câmera corporal mais adequado, a cadeia de custódia das provas obtidas, e o impacto do Poder Judiciário na segurança pública. O presidente da comissão ressaltou a importância de manter um relacionamento diuturno com o Judiciário e de promover um debate construtivo sobre o funcionamento regular das instituições.

É fundamental, no atual contexto, avaliar o uso de novas tecnologias e provas no sistema judicial, bem como garantir a transparência e legitimidade das ações policiais. A sociedade civil e as entidades de segurança devem trabalhar em conjunto para garantir a segurança pública e o respeito aos direitos humanos.


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