Candidatos militares e policiais nas eleições municipais: análise dos registros
No cadastro para as eleições municipais deste ano, a presença de candidatos com background militar ou policial ou cujos nomes de urna fazem referência às forças de segurança é significativa. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizados até a última sexta-feira, um total de 6.649 candidatos se enquadram nesse perfil, representando uma queda de 23% em relação ao pleito de 2020, quando o número era de 8.673. Apesar dessa redução, o total geral de candidatos nestas eleições também apresentou uma diminuição, porém em menor proporção, de 18%.
Partidos de orientação política à direita, como PL, Republicanos e União Brasil, são os que possuem o maior contingente de candidatos com experiência militar ou policial. Um em cada seis candidatos ligados às forças de segurança concorre pelo partido Liberdade (PL), atual legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Uma tendência observada nas eleições deste ano é o aumento do protagonismo de policiais militares, delegados, militares e guardas municipais nas chapas dos partidos. O PL, por exemplo, dobrou o número desses candidatos em relação a 2020 e, em capitais, 4 dos 14 candidatos a prefeito pelo partido são policiais.
Em relação à representatividade dos partidos de esquerda, os números são inferiores: PCO com um candidato, PC do B com 17, e PSOL com 18. Por outro lado, siglas como PSTU, PCB e UP não apresentaram candidatos associados às forças de segurança segundo o levantamento realizado.
Os estados com maior número de candidatos militares e policiais são do Sudeste e Sul do país, com São Paulo liderando a lista (1.263), seguido por Minas Gerais (884), Rio de Janeiro (582), Paraná (403) e Rio Grande do Sul (391).
Uma proposta de Emenda Constitucional (PEC) em tramitação no Senado, enviada pelo governo Lula, solicita regras que proíbam militares da ativa das Forças Armadas de se candidatarem ou ocuparem cargos no primeiro escalão do Executivo. A proposta ainda prevê a transferência para a reserva e a impossibilidade de retorno à carreira para militares que desejam se candidatar, além do fim da remuneração, a menos que tenham completado 35 anos de serviço.