Impactos econômicos da pandemia da covid-19 ameaçam a implementação da Agenda 2030 da ONU, aponta pesquisa da Fiocruz.

A pandemia da covid-19 trouxe impactos econômicos significativos que dificultaram a implementação da Agenda 2030, que estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2015. Um estudo realizado pelo Instituto René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Belo Horizonte, avaliou a evolução de 43 indicadores relacionados às metas de saúde dos ODS em 185 países.

Os resultados apontaram que os países de baixa renda podem ter um retrocesso de 16% em todos os indicadores avaliados, enquanto os países de renda elevada enfrentariam um declínio estimado em 3%. A desigualdade nos resultados reflete a dificuldade dos países menos desenvolvidos em se recuperarem economicamente após a pandemia, em comparação com os países mais ricos.

A pesquisa utilizou um modelo econométrico que considerou indicadores como o Produto Interno Bruto per capita, o índice de Gini e os investimentos em saúde de cada país. As projeções econômicas realizadas antes da pandemia indicavam um cenário mais otimista do que o verificado após a crise da covid-19, com impactos significativos em áreas como doenças infecciosas, lesões, violência, saúde materna e reprodutiva, entre outros.

O estudo também relacionou o índice de Gini com 15 indicadores de desempenho, mostrando que a desigualdade tem um impacto direto na saúde da população. Os pesquisadores destacaram a importância da cooperação global para apoiar os sistemas de saúde nos países de baixa renda e garantir um progresso equitativo.

Publicado na revista Plos One, o artigo científico resultante da pesquisa traz reflexões sobre a política internacional de saúde pública e a necessidade de medidas para promover um futuro mais saudável para todos. A análise aponta para a urgência de ações conjuntas para mitigar os impactos da pandemia e garantir o avanço das metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela ONU.

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