Ministros do STF e PGR defendem ação de Alexandre de Moraes em relatórios sobre bolsonaristas, enquanto aliados de Bolsonaro articulam ofensiva.






Na tarde desta quarta-feira, 14 de agosto, uma defesa unânime foi feita em favor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a sessão do tribunal, o presidente Luís Roberto Barroso, o decano Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se pronunciaram em relação à polêmica envolvendo o gabinete de Moraes na produção de relatórios sobre bolsonaristas, conforme reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enfatizou que as ações realizadas pelo ministro Alexandre de Moraes estavam de acordo com a lei. Ele declarou que todas as informações solicitadas estavam relacionadas a pessoas que já eram alvo de investigação, com o objetivo de instruir os procedimentos em andamento. Barroso ressaltou que não houve nenhum tipo de coleta indevida de informações e que as solicitações eram direcionadas a dados públicos disponíveis.

De acordo com a reportagem da Folha, houve um uso do setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para auxiliar nas investigações do gabinete de Alexandre de Moraes no STF. As mensagens entre os auxiliares do ministro indicavam a produção de relatórios para embasar casos envolvendo bolsonaristas sob investigação.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também defendeu a atuação do ministro Moraes e destacou que foi dada oportunidade ao Ministério Público para agir nos momentos cabíveis. Gonet elogiou a diligência e retidão de Moraes na condução dos inquéritos, destacando a importância de seguir os trâmites legais em todas as etapas do processo.

No entanto, a crise envolvendo o ministro Alexandre de Moraes não se restringe ao âmbito jurídico. No Legislativo, o senador Eduardo Girão anunciou a coleta de assinaturas para um pedido de impeachment do ministro. Ele criticou o que chamou de “ditadura da toga” e defendeu a instauração de uma nova CPI para investigar os fatos revelados.

Diante da tensão política gerada pelas denúncias, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que solicitará acesso aos inquéritos sob a responsabilidade de Moraes no STF. A entidade ressalta a importância de verificar se houve irregularidades na condução dos processos e se as decisões judiciais foram embasadas de forma adequada.

Diante desses desdobramentos, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que todas as investigações realizadas por ele seguiram estritamente as normas previstas em lei, garantindo a imparcialidade e a legalidade dos procedimentos adotados.


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