Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes enfrenta dilema entre atrair eleitores bolsonaristas e evitar associação indesejada com Jair Bolsonaro.



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A questão é que o prefeito Ricardo Nunes está meio em uma saia-justa. Ele precisa do voto bolsonarista, do piso bolsonarista em São Paulo, mas ele tem medo do teto bolsonarista. Precisa do piso, mas tem medo do teto. Porque ele sabe que a rejeição do ex-presidente Jair Bolsonaro é muito maior do que a do presidente Lula ou mesmo a do governador Tarcísio de Freitas, a qual ele também vai colar.

– Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

O Pablo Marçal não tem problema nenhum, pelo Pablo Marçal ele ia abraçar o Bolsonaro como carrapicho o tempo inteiro. O que acontece? Se o eleitor do Nunes perceber que o apoio dele é envergonhado ao Bolsonaro, a proximidade dele com Bolsonaro é envergonhada, para que ele vai pegar o candidato com proximidade envergonhada? Ele vai pegar o candidato que repete ipsis litteris praticamente o que sai da boca do próprio Jair. E muitas vezes o Marçal é a cópia do Jair nesse sentido, no comportamento, no trato? A gente viu no debate, a forma de debater, de fugir do assuntos, nos elementos que estão defendendo? Esse ponto gera uma grande preocupação para a campanha do Nunes (…) Se ele deixar o Jair de lado, sobra o Jair para ser usado pelo Marçal. (…) Se o bolsonarimo não estiver com o Nunes sobra para o Marçal.

– Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Sakamoto, Nunes deve fazer o cálculo político da proximidade com o bolsonarismo, que tem uma atuação mais forte nas redes sociais.

É difícil imaginar que o ex-presidente Jair Bolsonaro não vá emprestar a imagem dele, não vá atuar, a questão é se o Nunes vai querer esse tipo de atuação mais forte. É tanto cálculo que tem que ser feito? O ideal é que o Nunes cole só no Tarcísio, que tem uma visibilidade maior. Mas o bolsonarismo é mais aguerrido, é mais atuante, tem uma força maior nas redes sociais. Então se o Bolsonaro dá uma ordem unida para que os seguidores deles atuem a favor do Nunes a chance é maior. Mas aí é que tá, o Nunes vai ter que valer esse apoio abraçando quem ele não quer abraçar.

– Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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