Segundo a PF, a máfia italiana utilizava empresas fantasmas e laranjas para facilitar a lavagem de dinheiro, proveniente de atividades criminosas internacionais. Estima-se que o esquema tenha movimentado pelo menos R$ 300 milhões no Brasil, com investimentos em propriedades e no mercado imobiliário e financeiro do país. As autoridades italianas sugerem que o valor total dos ativos investidos pode ultrapassar os € 500 milhões, equivalente a mais de R$ 3 bilhões atualmente.
A operação resultou na prisão preventiva de um mafioso e na realização de cinco mandados de busca e apreensão em três estados brasileiros. Além disso, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas na Itália e na Suíça, com o apoio de mais de 100 agentes financeiros italianos que também estavam no Brasil para auxiliar nas investigações em Natal.
Os crimes investigados incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante do apoio a famílias mafiosas. A Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias ligadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas, visando recuperar os ativos provenientes de atividades ilícitas e impedir a continuidade das operações criminosas.
A operação Arancia representa um importante passo no combate ao crime organizado internacional e na cooperação entre as autoridades brasileiras e italianas para desmontar esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção.