Número de casos de mpox no Brasil se mantém estável entre 40 e 50, avalia Ministério da Saúde após queda significativa.

O Brasil tem passado por momentos de altos e baixos no enfrentamento da mpox, uma doença que tem preocupado as autoridades de saúde nos últimos anos. Em 2022, o país enfrentou um pico da doença, com mais de 40 mil casos registrados. Um ano depois, em 2023, esse número caiu drasticamente para pouco mais de 400 casos. Já em 2024, o mês de janeiro foi marcado pelo maior registro de casos, ultrapassando os 170 casos. No entanto, ao longo deste ano, a média de casos se estabilizou entre 40 e 50 novas infecções.

Segundo Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, o cenário atual da mpox no Brasil é considerado “bastante modesto, embora não desprezível”. Em um evento online, Draurio ressaltou a importância de monitorar a situação da doença, principalmente diante do aumento de casos na África e o risco de disseminação internacional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um comitê de emergência para avaliar a situação da mpox, especialmente diante da identificação de casos fora da República Democrática do Congo e de uma mutação que permite a transmissão do vírus de pessoa para pessoa. A possibilidade de declarar a mpox como uma “emergência em saúde pública de preocupação internacional” está sendo discutida.

No Brasil, os números da doença mostram um perfil epidemiológico que chama atenção. Cerca de 91,3% dos casos estão concentrados no sexo masculino, com a maioria dos homens diagnosticados com a doença tendo entre 19 e 39 anos. Além disso, a mpox tem afetado principalmente a população de homens que fazem sexo com homens, além de outras pessoas imunodeprimidas.

Em relação às hospitalizações e óbitos, a mpox apresenta uma baixa taxa de letalidade, com apenas 16 óbitos registrados entre 2022 e agosto de 2024. A maioria das mortes ocorreu em pacientes imunossuprimidos vivendo com HIV. O tratamento da doença ainda é um desafio, mas o Ministério da Saúde está buscando alternativas, como a autorização de importação do medicamento Tecovirimat.

Diante desse cenário, a atenção das autoridades de saúde segue voltada para o controle da mpox no Brasil, buscando maneiras de prevenir surtos e garantir o acesso a tratamentos adequados para os pacientes. A colaboração internacional, sobretudo com a OMS e a Opas, é fundamental para traçar estratégias eficazes de combate à doença e garantir a segurança da população.

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