Segundo Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, o cenário atual da mpox no Brasil é considerado “bastante modesto, embora não desprezível”. Em um evento online, Draurio ressaltou a importância de monitorar a situação da doença, principalmente diante do aumento de casos na África e o risco de disseminação internacional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um comitê de emergência para avaliar a situação da mpox, especialmente diante da identificação de casos fora da República Democrática do Congo e de uma mutação que permite a transmissão do vírus de pessoa para pessoa. A possibilidade de declarar a mpox como uma “emergência em saúde pública de preocupação internacional” está sendo discutida.
No Brasil, os números da doença mostram um perfil epidemiológico que chama atenção. Cerca de 91,3% dos casos estão concentrados no sexo masculino, com a maioria dos homens diagnosticados com a doença tendo entre 19 e 39 anos. Além disso, a mpox tem afetado principalmente a população de homens que fazem sexo com homens, além de outras pessoas imunodeprimidas.
Em relação às hospitalizações e óbitos, a mpox apresenta uma baixa taxa de letalidade, com apenas 16 óbitos registrados entre 2022 e agosto de 2024. A maioria das mortes ocorreu em pacientes imunossuprimidos vivendo com HIV. O tratamento da doença ainda é um desafio, mas o Ministério da Saúde está buscando alternativas, como a autorização de importação do medicamento Tecovirimat.
Diante desse cenário, a atenção das autoridades de saúde segue voltada para o controle da mpox no Brasil, buscando maneiras de prevenir surtos e garantir o acesso a tratamentos adequados para os pacientes. A colaboração internacional, sobretudo com a OMS e a Opas, é fundamental para traçar estratégias eficazes de combate à doença e garantir a segurança da população.