Aumento do consumo de cigarros eletrônicos no Brasil preocupa especialistas e parlamentares que pedem ações preventivas urgentes.




Matéria sobre aumento do consumo de cigarros eletrônicos

Aumento do consumo de cigarros eletrônicos preocupa especialistas

No Brasil, o aumento do consumo e da comercialização clandestina de cigarros eletrônicos tem sido motivo de preocupação para parlamentares e especialistas da área da saúde. Em uma sessão temática realizada no Senado nesta terça-feira (13), discutiu-se a necessidade de implementar políticas públicas para combater esse problema e prevenir o câncer de pulmão, que tem se tornado uma das principais consequências do uso desses dispositivos.

O senador Dr. Hiran, presidente da Frente Parlamentar da Medicina, destacou a importância do Projeto de Lei 5.008/2023, que visa regulamentar a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no país. Segundo ele, a falta de informação sobre os malefícios desses produtos tem levado muitos jovens a utilizá-los sem conhecimento dos riscos que estão correndo para a saúde.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, nos próximos anos, cerca de 32 mil novos casos de câncer de pulmão serão diagnosticados anualmente no Brasil, tornando a doença uma das mais incidentes no país. Esses números alarmantes demonstram a necessidade urgente de ações preventivas e de conscientização da população sobre os danos causados pelo uso de cigarros eletrônicos.

Impactos do câncer de pulmão e medidas preventivas

A presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Maria Pretti Dalcolmo, ressaltou a importância da detecção precoce do câncer de pulmão e a necessidade de um sistema eficiente de diagnóstico e tratamento da doença. Ela alertou para os danos irreversíveis causados pelos cigarros eletrônicos, especialmente em jovens, cujos pulmões podem ficar comprometidos de forma irreparável.

Além disso, a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, enfatizou que o câncer de pulmão não atinge apenas fumantes, mas também pessoas expostas ao cigarro passivo e aos efeitos nocivos dos cigarros eletrônicos. A falta de políticas eficazes de prevenção tem contribuído para o aumento dos casos da doença em diferentes faixas etárias.

Desafios na atenção especializada e custos do câncer

O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, destacou os desafios enfrentados na atenção ao câncer de pulmão, ressaltando a importância de políticas de prevenção e tratamento eficazes. Ele ressaltou a necessidade de aprimorar a capacidade do sistema público de saúde para lidar com essa doença.

Vanessa Boarati, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), apresentou um estudo sobre os custos econômicos associados ao câncer de pulmão, mostrando que a alta perda de produtividade e o alto absenteísmo relacionados à doença representam um grande impacto financeiro para o país. A falta de prevenção adequada tem contribuído para um aumento nos gastos com saúde pública.

Conscientização e ações legislativas

O presidente de honra da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Carlos Gil Ferreira, ressaltou a importância das ações legislativas e da conscientização da população para combater o câncer de pulmão, uma doença que muitas vezes é negligenciada. Ele destacou os esforços em curso para enfrentar a doença e a necessidade de implementar políticas eficazes nesse sentido.

Por fim, a deputada Federal Silvia Cristina, que já enfrentou o câncer, falou sobre a importância da campanha “Agosto Branco” e destacou a necessidade de implementar a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Ela enfatizou que a prevenção é fundamental para salvar vidas e reduzir os custos do tratamento da doença.

Diante desses desafios, parlamentares e especialistas ressaltam a urgência de se implementar ações preventivas e de conscientização da população para combater o aumento do consumo de cigarros eletrônicos e reduzir os casos de câncer de pulmão no Brasil.


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