MOEDA COMEMORATIVA HOMENAGEIA FAMÍLIA AFRO-BRASILEIRA
No começo, pode ter sido estranho, mas para Jorge Benjamim, ser modelo para uma moeda comemorativa foi uma experiência emocionante e gratificante. Em uma reportagem da TV Globo, Benjamim conta como foi o momento em que descobriu que sua imagem estava estampada em uma moeda de circulação nacional. Ele relata que um colega o avisou sobre a reportagem e que, a partir daí, outras emissoras também o procuraram para falar sobre o assunto.
Além de Benjamim, outras três pessoas também serviram de modelo para a moeda: Genilda, uma senhora de 77 anos, e Jefferson, de 38 anos, que na época era uma criança. Eles formavam o “Trio Axé”, uma família afro-brasileira que representava um pai, uma mãe e uma criança.
A moeda circulou até meados de 1993, porém poucos conhecem a história por trás dela. Diferente de outras moedas que homenageiam figuras históricas como Tiradentes, a moeda do centenário não revela os nomes dos envolvidos, deixando assim o legado da família afro-brasileira sem o devido reconhecimento.
Para Benjamim, a moeda simboliza a luta e a história de um povo, porém lamenta o fato de que a história não seja reconhecida. Ele relata que mesmo trabalhando junto com Genilda durante toda a vida, só a conheceu recentemente, mostrando como a distância e a falta de comunicação podem afetar até mesmo pessoas que compartilharam o mesmo ambiente de trabalho.
Em meio a essa história, fica o questionamento sobre a importância de se reconhecer e celebrar a diversidade e a representatividade em todos os âmbitos, inclusive na numismática, onde a memória de uma família afro-brasileira aguarda para ser resgatada do anonimato.