Luta greco-romana nas Olimpíadas de Paris 2024: Por que ainda é um reduto exclusivamente masculino?




Artigo Jornalístico

A história das mulheres nas Olimpíadas remonta a 1900, em Paris, quando pela primeira vez foram permitidas a participar do evento esportivo. Mais de 120 anos depois, as Olimpíadas de Paris de 2024 marcaram um marco importante: a primeira edição com 50% das vagas destinadas às atletas femininas, alcançando a tão almejada paridade de gênero.

No entanto, mesmo com avanços significativos rumo à igualdade, uma modalidade esportiva permanece como um reduto exclusivamente masculino nos Jogos Olímpicos: a luta greco-romana. Enquanto a luta livre conta com categorias tanto para homens quanto para mulheres, o estilo greco-romano continua sendo reservado apenas para atletas do sexo masculino.

Aline Silva, ex-atleta da luta feminina e vice-presidente da CBW, destaca a disparidade existente: “Estão promovendo Paris-2024 como a Olimpíada da igualdade, mas a verdade é que a disparidade continua com as mulheres sendo proibidas de disputar o estilo greco-romano”.

Embora a luta greco-romana tenha suas raízes na história antiga, representando a essência dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, há um debate em curso sobre a exclusividade masculina dessa modalidade. Atletas e ex-atletas questionam a falta de representação feminina, apontando a tradição machista como principal obstáculo para a participação das mulheres.

A falta de justificativas lógicas para proibir as mulheres de competirem na luta greco-romana é um ponto levantado por muitos. Argumentos como incompatibilidade física nunca foram oficialmente documentados, segundo relatos.

No cenário internacional, a União Mundial de Wrestling é a federação responsável por regulamentar o esporte, porém, a exclusividade masculina na luta greco-romana permanece sem uma justificativa concreta.

Incompatibilidade física?

As discussões em torno da inclusão das mulheres na luta greco-romana já ocorreram diversas vezes, porém, até o momento, nenhuma medida efetiva foi tomada para modificar a situação. A proposta de incluir a luta de praia como alternativa também foi rejeitada, mantendo a exclusividade masculina na modalidade tradicional.

‘O que mais eu poderia ter ganhado?’

O anseio por igualdade de oportunidades e representatividade feminina na luta greco-romana continua latente entre as atletas e defensoras da modalidade. Aline Silva e Dailane Reis são exemplos de mulheres que poderiam se destacar nesse estilo de luta se lhes fosse dada a chance.

Desenvolvimento atrasado

Enquanto outras modalidades esportivas evoluíram para incluir atletas femininas, a luta greco-romana se mantém como uma exceção, resultando em um desenvolvimento atrasado no cenário esportivo.


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