O Azerbaijão sediará a COP29 para discutir mudanças climáticas
No cenário global atual, as questões relacionadas ao meio ambiente adquirem cada vez mais relevância. O Azerbaijão, um pequeno petroestado situado entre a Rússia e o Irã, está prestes a sediar a COP29, uma cúpula anual sobre o clima, onde diplomatas de diversos países se reunirão para discutir estratégias de combate aos perigos das mudanças climáticas.
Embora seja um local improvável para abrigar essa importante discussão, devido à sua hiperdependência de combustíveis fósseis e seu regime autoritário, o Azerbaijão foi escolhido como sede da COP29 devido a um peculiar processo de seleção das Nações Unidas que o deixou como última opção.
Mukhtar Babayev, um burocrata de médio escalão encarregado das negociações, expressou surpresa diante do desafio que terá pela frente. Em entrevista, ele destacou a inexperiência do país na política climática global, ressaltando a dificuldade em equilibrar interesses tão diversos, que vão desde petroestados até ilhas ameaçadas pela elevação do nível do mar.
O Azerbaijão, que possui uma economia fortemente baseada na exportação de petróleo e gás, enfrenta pressões internas e externas em relação à transição energética global. Babayev defendeu o papel do gás natural como um “recurso energético menos prejudicial à natureza” e questionou por que países europeus procuram o Azerbaijão se são contrários ao uso do gás.
Apesar de suas limitações e desafios, o Azerbaijão oferece um cenário marcante para a COP29, com os efeitos visíveis das mudanças climáticas em suas fronteiras. No entanto, o país ainda está no início do processo de substituição de combustíveis fósseis e defende que nações ricas financiem a transição para economias mais sustentáveis nos países em desenvolvimento.
A cúpula, que acontecerá logo após as eleições nos EUA, enfrenta a incerteza em relação às políticas ambientais, principalmente após a gestão de Donald Trump, que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Para o Azerbaijão, a COP29 representa uma oportunidade de consolidar uma transformação que se desenha há décadas, e que exigirá comprometimento e esforço de todas as partes envolvidas.