Ministério da Saúde implementa telessaúde para atender indígenas yanomamis em Roraima, proporcionando acesso a especialistas sem sair de suas comunidades.

O Ministério da Saúde anunciou a implementação de uma infraestrutura de telessaúde para atender a população yanomami em Roraima, visando proporcionar acesso a especialistas como oftalmologistas, nutricionistas, dermatologistas e cardiologistas sem que seja necessário que os indígenas saiam de suas comunidades remotas. De acordo com a pasta, 98 pontos de internet foram instalados na área indígena de Roraima e do Amazonas, juntamente com 106 computadores enviados especificamente para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei), buscando assim modificar o fluxo de atendimento na região e ampliar as opções de tratamento.

A iniciativa foi destacada como fundamental, principalmente devido às questões culturais que dificultam a locomoção dos yanomamis, como a alimentação e rituais específicos. Além disso, a infraestrutura de telessaúde permitirá ampliar a oferta de especialidades, que tipicamente são impactadas pela escassez de médicos dispostos a trabalhar em áreas de difícil acesso.

O investimento na infraestrutura digital representa um avanço na captação e consolidação de dados sobre saúde, como vacinação, tratamentos realizados e óbitos na comunidade yanomami. Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo é garantir uma maior geração de informações sobre esse povo indígena.

Em termos de números, o Comitê de Operações Emergenciais Yanomami informou que no primeiro trimestre deste ano foram registrados 74 óbitos no território, representando uma redução de 33% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram contabilizadas 111 mortes. Os principais agravos que apresentaram queda foram os óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves.

Com uma terra indígena extensa de 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e uma população de cerca de 30 mil indígenas, o povo yanomami é uma das maiores comunidades indígenas do Brasil. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde tem investido para combater os impactos causados pelo garimpo ilegal na região.

Sair da versão mobile