Brasil pode se tornar fornecedor preferencial de minerais críticos para os Estados Unidos durante cúpula do G20 em novembro.







Artigo sobre Acordo de Transição Energética entre EUA e Brasil

Acordo de Transição Energética entre EUA e Brasil pode ser anunciado na Cúpula do G20

O governo dos Estados Unidos planeja apresentar na Cúpula do G20, em novembro, um acordo de transição energética onde o Brasil seria o principal fornecedor de minerais críticos para os americanos. Esses minerais, como grafite, lítio, manganês, terras raras e níquel, são essenciais para a fabricação de produtos de alta tecnologia e energia verde, como baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares. O objetivo dos EUA é diminuir a dependência das cadeias de suprimento chinesas.

No entanto, o governo brasileiro busca garantias de que, em troca desse acesso preferencial, haverá investimentos na cadeia produtiva da tecnologia de transição energética. Parte do governo brasileiro demonstra ceticismo em relação à capacidade da Casa Branca de concretizar esses investimentos ou fornecer financiamento para os projetos propostos. Além disso, há receio de que o acordo seja interpretado como um posicionamento na disputa entre China e EUA, a Guerra Fria 2.0.

Representantes do governo brasileiro estiveram em Washington para discutir o tema e o secretário-assistente de Estado para Recursos Energéticos, Geoffrey Pyatt, visitou Brasília e Minas Gerais em julho. As negociações estão sendo lideradas pelo Conselho de Segurança Nacional, com participação do Departamento de Estado e do Departamento de Energia.

O Brasil almeja garantias mais concretas de financiamento e propostas de investimento. Deseja ter acesso à Lei de Redução de Inflação dos EUA (IRA), pacote do governo Biden que prevê subsídios e incentivos fiscais para projetos de transição energética. Contudo, atualmente apenas países com acordos comerciais com os EUA podem usufruir desses incentivos.

Em julho, o secretário-assistente Pyatt esteve em Brasília e Minas Gerais para discutir o IRA, destacando projetos como a mineração de níquel e cobalto para baterias de lítio no Piauí. Essa movimentação faz parte da estratégia americana de “friendshoring”, transferindo para países aliados a produção de minerais críticos. A China é o principal produtor global desses minerais, o que levou os EUA a buscar alternativas de fornecimento.

O Brasil, com sua riqueza de recursos minerais como nióbio, grafite, terras raras e níquel, desponta como um parceiro estratégico para os EUA nesse contexto. A parceria entre os dois países pode ser vital para a segurança energética e a redução da dependência de adversários estrangeiros na obtenção de minerais essenciais para a transição energética global.


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