OMS emite alerta epidemiológico de risco alto para a febre do Oropouche nas Américas devido a mudanças preocupantes

A Organização Pan-Americana da Saúde (OMS) emitiu um alerta epidemiológico de risco alto para a febre do Oropouche nas Américas, destacando mudanças preocupantes nas características clínicas e epidemiológicas da doença. Recentemente, foram registrados casos fora das regiões endêmicas, incluindo duas mortes confirmadas em São Paulo e a suspeita de transmissão vertical do vírus.

O nível de risco foi elevado devido a observações iniciais que indicam uma trajetória desconhecida da doença. A Opas ressaltou que a decisão foi tomada com base em informações atuais, com um nível moderado de confiança. Critérios como risco potencial para a saúde humana, apresentação clínica e casos fatais associados ao vírus no Brasil foram considerados para a atualização do nível de risco.

A transmissão vertical do vírus, com casos de morte fetal e microcefalia em recém-nascidos, está sendo investigada. Até o momento, a doença já foi reportada em vários países das Américas, com o Brasil registrando a maioria dos casos. A propagação da febre do Oropouche está relacionada a mudanças climáticas, desmatamento e urbanização descontrolada.

No Brasil, a transmissão autóctone da doença foi confirmada em pelo menos 10 estados, indicando a expansão do vírus. Desde sua identificação em 1955, o vírus causou surtos em países da América do Sul, principalmente devido ao vetor Culicoides paraensis e o potencial vetor Culex. Até o momento, não há evidências de transmissão entre humanos, mas o risco de propagação está aumentando devido às atividades humanas que afetam o habitat dos vetores.

Em meio a essas preocupações, a Opas enfatizou a importância de medidas de prevenção e controle para conter a disseminação da febre do Oropouche nas Américas. A colaboração entre os países e a comunidade científica é essencial para enfrentar esse desafio e proteger a saúde pública na região.

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